O polêmico licenciamento ambiental do estaleiro de Eike Batista está provocando um furacão dentro do órgão federal Instituto Chico Mendes (ICMBio), levando ao desmantelamento de equipes de trabalho. Nesta terça-feira (28), três servidores anunciaram o pedido de exoneração do cargo de chefia em Santa Catarina: Leandro Zago (chefe da Reserva do Arvoredo), Mario Pereira (chefe-substituto da Reserva do Arvoredo) e Edinéia Correia (chefe-substituta da ESEC Carijós).
* Associação de servidores do Ibama manifesta apoio a técnico do ICMBio exonerado em Santa Catarina
Eles alegam que o motivo é a discordância com a política ambiental e em solidariedade à exoneração de Apoena Calixto Figueirôa, que foi retirado da chefia da Estação Ecológica de Carijós, uma das três reservas federais onde Eike Batista pretende instalar seu empreendimento, na Grande Florianópolis.
Segundo Edinéia Correia, “o ambiente de trabalho está difícil pela necessidade de permanecer numa função da qual solicitei exoneração, reiterei e nenhuma resposta foi dada”. A situação se agrava, afirma, pelo fato de compor o Grupo de Trabalho criado pelo ICMBio Brasília para a reanálise do processo de autorização do estaleiro da OSX. “Isso gerou uma demanda de trabalho impossível de compatibilizar com a responsabilidade pela gestão de Carijós”.
Para a técnica, a equipe está desconfortável por não ter recebido nenhuma orientação institucional sobre a condução da rotina de gestão das Unidades de Conservação, diante da readequação administrativa anunciada.
PortoGente apurou que o clima dentro do órgão é de insatisfação. A equipe se sente perseguida pelo fato de ter feito um trabalho sério de análise, e ainda assim ser questionada pela direção do instituto.