O Porto de Santos tem mais de 100 navios aguardando na barra por uma ordem de atracação. Destes, pelo menos 50 carregarão açúcar. O problema é que algumas embarcações esperam desde julho para entrar no Porto. E a ordem de ingresso não vem porque faltam homens para movimentar o açúcar em Santos.
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Superintendente da empresa Hipercon, Paulo Adelino dos Reis falou sobre o tema e não escondeu o descontentamento com o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) local. Ele garante que o Porto de Santos vive um dos piores momentos logísticos da história e reclama do sistema de escalação dos estivadores para as operações.
“Para uma operação, requisitamos quatro ternos. Recebemos um terno completo e três com um homem a menos. Por conta dessa situação, esses três últimos ternos não trabalham”.
Enquanto os navios fundeados se aglomeram, faltam
trabalhadores para executar os serviços a bordo
Se a escalação mudar, o empresário garante que o serviço será agilizado. “Hoje, a produção, que deveria ser de 1,5 mil toneladas por dia, fica sendo de 300 a 500 toneladas/dia. Um navio que deveria ficar pronto em 10 dias leva cerca de 30 para receber todo o açúcar”.
Paulo Adelino completa. “Mesmo que eles construam dois viadutos, duas avenidas perimetrais e a carga venha de helicóptero, de nada adiantarão investimentos sem mão de obra. Parece que o problema é bem mais fácil de ser resolvido, é preciso apenas a quem cabe corrigir ter coragem para executar”.