O estudo Portos brasileiros: diagnóstico, políticas e perspectivas, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lista vários problemas dos principais portos brasileiros. Um dos itens que chama atenção é o tópico sobre gargalos logísticos. O coordenador de Desenvolvimento Urbano do Ipea e um dos autores do estudo, Bolívar Pego, apresentou nove itens considerados os mais problemáticos.
1 - Congestionamento de caminhões. Problema que eleva o custo empresarial. Pátios, que retêm e controlam o fluxo de acesso ao porto, foram construídos para os caminhões e são operados por agentes privados.
2 - Estrutura ferroviária do porto. Linhas de trem atrapalham o trânsito e geram congestionamentos de caminhões com trens. Há mais de quatro anos o setor público vinha tentando fazer licitação para a construção das vias perimetrais e apenas a partir de 2009 estas obras foram iniciadas.
3 – Entraves burocráticos. Dizem respeito, especialmente, à Receita Federal, ao tempo perdido na entrega da mesma informação para vários órgãos do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), além da obrigação de traduzir para o português todos os manifestos de carga.
4 – Dificuldade de acesso rodoferroviário para chegar ao porto.
5 – Falta de espaço e de retroáreas para armazenamento de contêineres. Faz-se necessário organizar o trânsito para contêineres e construir novos armazéns para os granéis.
6 – Terno de 12 homens. Sob a tutela do operador portuário, que é um órgão privado, este sistema trabalhista eleva custos pelo emprego desnecessário de mão de obra.
7 – Áreas nobres ocupadas por produtos com pouco valor agregado.
8 – Terminais lotados. Devido a isso, os terminais só aceitam carga com, no máximo, cinco dias antes da partida do navio, aumentando o custo empresarial.
9 – Custos altos e transit time têm levado empresas a optarem por rodovia em transações comerciais com o Cone Sul.
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