Domingo, 24 Novembro 2024

A doença apareceu, deu mostras de sua força, mas não foi tratada e agora está difícil de curar. Há muitos anos, os caminhoneiros autônomos sofrem com baixos pagamentos, falta de crédito e uma enxurrada de impostos. Com tanta falta de estímulo, muitas transportadoras já se deparam com dificuldades em encontrar profissionais disponíveis no País e veículos aptos a realizar o transporte de carga, já que grande parte da frota nacional está sucateada e sofre com as altos gastos para manutenção.

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Conhecedor desse panorama, Paulo Roberto, diretor da Palax Representações, empresa que presta serviços de apoio a caminhoneiros do País, constata que, cansados e desanimados, milhares de motoristas brasileiros estão parando de trabalhar e não há substitutos. "Os jovens não são atraídos para a profissão. Existem transportadoras que possuem caminhões e não há alguém para dirigir essas máquinas".

Além da renovação da mão de obra, a de equipamentos também preocupa. Mesmo que o Governo Federal iniciasse um esforço imediato de renovação, seriam necessários mais de cinco anos para os fabricantes darem conta de toda a demanda. Paulo Roberto observa que as autoridades estão sendo pressionadas pelo setor empresarial para tomar medidas urgentes.  "Talvez por isso o presidente Lula anunciou que planeja abrir uma estatal só para cuidar desse setor [logístico]".


Caminhões deteriorados, como o da imagem acima, são vistos
diariamente transportando cargas ao Porto de Santos (SP)

É visível a necessidade de uma injeção de ânimo no setor, como a que planeja a Presidência da República, para reequilibrar o transporte terrestre de cargas. Entre os principais desafios a superar estão o financiamento de novos equipamentos e encontrar uma finalidade para a frota antiga. O diretor da Palax sugere o envio dos caminhões para países em dificuldades sociais e financeiras, como o Haiti e nações mais pobres do continente africano.

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*O Dia a Dia é a opinião do Portogente

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