No meio do caminho não tem apenas uma pedra, como já disse o nosso poeta Carlos Drummond de Andrade, mas tem generosos gargalos logísticos que podem até prejudicar a produção da indústria automotiva no Brasil.
Em entrevista à agência de notícias G-1, a vice-presidente da Booz & Company do Brasil, Letícia Costa, diz que “a indústria automobilística precisa diminuir o "estresse" na cadeia produtiva, enquanto o governo deve resolver os problemas de infra-estrutura”.
A indústria automotiva discute a perspectiva de chegar a marca de 5 milhões de unidades produzidas. Mas, como observa Flavio Del Soldato, do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores: "Chegar à marca de 5 milhões é factível, mas não está certa. Existem gargalos, principalmente em infra-estrutura, que pode frear esse crescimento. Entre os gargalos estão logística, energia, portos e greves na Polícia Federal".
Quando se apontam dificuldades em infra-estrutura, invariavelmente os portos sempre são (mal) lembrados. Infelizmente, os portos nacionais ainda constam da lista dos problemas e não das soluções.
A Secretaria Especial de Portos (SEP), mais especificamente o ministro Pedro Brito, que foi homenageado recentemente em feira internacional de logística, em Barcelona (Espanha), ainda tem muito o que correr para fazer com que o nosso complexo portuário saia da letargia que o condenaram e realmente sirva para alavancar os negócios do comércio exterior, com reflexos positivos para o País.