Brasil passa recibo de um país pequeno em grandeza de ideias e de desenvolvimento democrático para o mundo.
É estarrecedor o relatório “Violência contra jornalistas e liberdade de Imprensa no Brasil” divulgado, nesta semana. Já na apresentação do trabalho de pesquisa e levantamento temos um quadro desse processo antidemocrático:
“O ano de 2020 entra para a história como aquele em que a humanidade sofreu com uma crise sanitária sem precedentes, que afetou a economia – agravando a crise global do capitalismo – e as relações sociais. Não poderá ser esquecido para que os erros, as omissões e os verdadeiros crimes cometidos por alguns dirigentes de países não se repitam.
Para a categoria dos jornalistas, 2020 teve particularidades. Mundialmente, houve um efeito positivo, com o Jornalismo recuperando parte de sua credibilidade, mostrando-se ainda mais necessário para as sociedades democráticas, e os jornalistas sendo reconhecidos profissionalmente.
No Brasil, entretanto, registrou-se também particularidades negativas. 2020 foi o ano em que jornalistas arriscaram suas vidas (e muitos morreram), tiveram suas condições de trabalho mais precarizadas e sofreram ainda mais ataques violentos, por estarem cumprindo seu papel social.”
As palavras são da Maria José Braga, presidente da Federação Nacional dos Jornalistas. Ainda mais estarrecedor saber que quase 50% de todos os ataques e afrontas contra a liberdade de trabalho dos jornalistas partiu de quem deveria seguir um rito republicano e dentro de um regime democrático, o Presidente da República. Aliás, que se valeu de um dispositivo democrático para ser eleito.