Fechamento de plantas da Ford no Brasil agrava situação do País, afeta diretamente a engenharia e elimina milhares empregos qualificados.
A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados manifestam sua preocupação e perplexidade diante do anúncio da Ford – primeira montadora instalada no Brasil, há 102 anos – de encerramento da produção de veículos no País. O comunicado feito na segunda-feira (11/1) informa o fechamento das fábricas em Camaçari (BA), Taubaté (SP) e Horizonte (CE), onde mantém a marca Troller.
Imagem: Maringoni | FNE.
Serão 6 mil empregos diretos eliminados e mais dezenas de milhares na cadeia produtiva, sem contar o impacto em toda a economia e receitas públicas desses locais. A situação exige medidas urgentes para mitigar os efeitos negativos da decisão da empresa que, após um século de ganhos no Brasil, abandona o País em momento de crise econômica severa e emergência sanitária.
Contudo, fator gravíssimo ainda a ser computado entre os prejuízos trazidos pela medida é o maior encolhimento no setor automotivo e na indústria brasileira como um todo, processo que se observa há décadas, mas que teve acelerada piora nos últimos anos. Esse quadro, obviamente, afeta diretamente a engenharia e a tecnologia nacionais e os seus profissionais, cujas oportunidades minguam a olhos vistos.
Superar a crise de proporções gigantescas que atravessamos neste momento exige a recuperação desse segmento estratégico da economia, o que demanda política industrial efetiva e eficaz, para além de subsídios fiscais. É, portanto, fundamental que o Estado cumpra sua função de indutor do desenvolvimento com firmeza e competência. A FNE, com largo acúmulo no debate sobre essa questão por meio do seu projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, está a postos para contribuir.
Em defesa do emprego e da engenharia nacional!