Estamos prestes a finalizar um ano que ficará marcado para sempre na história da humanidade – enquanto esta ainda existir, é claro.
Tudo junto e misturado enfrentamos o caos político e institucional, crises econômicas e uma emergência sanitária sem precedentes. Fomos de diversas blasfêmias à virulência dos incautos. Ficamos à mercê de humores, rumores e fake news. Todos falaram, mas nada disseram.
Crédito: Diário do Nordeste | AFP.
Ninguém se revelou humano o suficiente para tirar o povo brasileiro das garras de um vírus que, pior ou igual a alguns (in)seres humanos, não tem pena nem dó.
O ano de 2020 ficará marcado como o ano que matou, em menos de seis meses, mais de 200 mil brasileiros e brasileiras. A título de comparação: em 20 anos, a dengue matou cerca de seis mil pessoas no País, com um detalhe a transmissão da doença é por um mosquito. No final das contas, os humanos são mais nocivos e perigosos do que um reles mosquito.
Não temos porque elogiar nenhum dos poderes constituídos e de qualquer um dos níveis de governo – municipal, estadual e Federal. Nenhum! Nem para aqueles que se comportam como o “tiozão”, como se isso salvasse e desse dignidade as nossas vidas. Todos esses têm sua parcela de culpa pela aflição que vivemos, pela desconstrução econômica do País, pelo retrocesso civilizatório. Nossa nota zero, também, para brasileiros e brasileiras que se comportam desprezivelmente, não sendo capazes nem de colocar uma máscara facial no rosto ou evitar aglomerações.
Todavia, palmas, e de pé, para o povo brasileiro aguerrido que enfrenta chão batido de terra, transporte coletivo abarrotado para chegar todos os dias no trabalho, para aqueles que não pararam no transporte das cargas. E para aqueles empresários também que estão na linha de frente de processos produtivos – na cidade e no campo.
Nosso maior elogio, contudo, vai para os profissionais de saúde que se transformaram em verdadeiros heroínas e heróis que estão na linha de frente dessa batalha pela vida.