Apenas um quinto das ferrovias do Brasil estão ativas ou precariamente ativadas, e o atual modelo de concessões, que não incentiva a ampliação do transporte de cargas e passageiros, pode ser renovado por mais 40 anos. Mas o presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente), José Manoel Ferreira Gonçalves, tem alternativas para resolver esse impasse, afirma. Tais soluções, informa ele, serão apresentadas, em 5 de junho, em São Carlos (SP), durante o 2º Conexidades – Encontro Nacional de Parceiros Públicos e Privados, evento promovido pela União de Vereadores de São Paulo e dedicado à gestão pública, que reúne autoridades e dirigentes governamentais.
Hoje, informa Gonçalves, o Brasil possui 8.534 km de ferrovias abandonadas, 51.530 km de ferrovias planejadas e somente pouco mais de 10.000 km de ferrovias em operação. Doutor em engenharia de produção e mestre em engenharia civil, o especialista defende que os processos de concessões em andamento sejam revistos ou paralisados, para que o assunto seja discutido em audiências públicas que apontem um modelo de integração das ferrovias, com direito de passagem garantido para cargas e passageiros.
Ele diz:
"O cenário é de predomínio de duas empresas que detém as concessões atuais das maiores ferrovias, o que prejudica qualquer plano de integração das linhas férreas. O sonho de que a ferrovia possa levar passageiros de Norte a Sul do país, e de que outras empresas consigam transportar matéria-prima e produtos a partir dos trilhos continuará distante. O que é lamentável, diante das crises de transporte que estamos enfrentando a partir de paralisações provocadas por caminhoneiros."
Em São Paulo, por exemplo, a Ferrofrente contesta a renovação do contrato da malha paulista, pois entende que isso acaba com a possibilidade de transporte de passageiros no estado.