A questão mais intrigante para a ciência é se a Inteligência Artificial (IA) supera o Sopro Divino, que na visão religiosa iniciou a criação. É na arte que esse debate acontece. Com certeza, como aconteceu no ano passado, quadros pintados por algoritmos poderão ser vendidos por milhares de dólares. Porém a pergunta continua sem resposta.
Imagem: Freepik.
Através da criatividade explica-se a natureza da arte. E a sua característica essencial é ser a expressão da emoção humana. Daí, como um computador desprovido de emoção humana pode ser verdadeiramente criativo? E o que se comprou quando se pagou valores altos pelos quadros vendidos não foi criação?
Um quadro pintado por IA baseado em um conjunto de dados de 15.000 retratos pintados entre os séculos XIV e XX é o que se vendeu. Esse fato pasmou o mundo da arte. Sob a ótica social, a tecnologia também ameaça a economia (o trabalho) da arte. E a Inteligência Artificial continua a evoluir e está ficando cada vez mais inteligente, nos parâmetros da Inteligência Humana (IH).
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A primeira foto revelada do Buraco Negro, no dia 10 de abril passado, desvenda distâncias e realidades que nos fazem sentir ainda na origem da vida. Todavia, esse impacto não foi menor do que o constatado no leilão de arte no ano passado de um quadro pintado por computador. Ao refletirem a arte imitando a vida, muitos naquele local também pensaram: quem somos, de onde viemos e para onde vamos?