Massacres como o da escola de Suzano (SP) e da mesquita da Nova Zelândia mostram uma sociedade ameaçadora e percebe-se traços preocupantes da nova sociedade tecnológica e digital. Os jovens estão muito online e é quase impossível controlar o conteúdo das redes sociais. É um desafio que todos os países, e pais, estão enfrentando. O Facebook disse que removeu 1,5 milhão de cópias do vídeo de ataque da mesquita até agora, enquanto o YouTube disse que derrubou dezenas de milhares de versões.
Apesar de aplicativos saudáveis como o YouTube Kids, as plataformas sociais continuam sendo um campo minado angustiante para crianças. Há aplicativos com conteúdos inadequados como jogos de suicídio incentivando as crianças a tentar acrobacias perigosas. Como consequência disso, crianças começaram a ter pesadelos. Diferente do rádio, onde o conteúdo tem maior controle, muitas dessas plataformas não são regulamentadas.
É preciso que os pais assumam a sua responsabilidade de preparar seus filhos sobre os conteúdos que eles podem ver online. Mesmo assim, não se pode descartar a incrível capacidade que as crianças têm de desenvolver soluções alternativas em relação à tecnologia. E hoje temos a responsabilidade épica de protegê-los ao máximo possível. Trata-se do papel da presença dos pais na formação dos filhos, uma responsabilidade que não é possível de ser transferida e tem um valor inestimável.
Para isso, é preciso encontrar o ponto central que facilite impactar a vida digital dos filhos. Pois as crianças de hoje vivem tanto no mundo real quanto no mundo digital e precisam da ajuda dos pais para orientá-las. A tecnologia cada vez mais estará presente na vida do cidadão mundo afora. Por isso, as crianças precisam aprender também a serem cidadãs digitais.