Há 39 anos portuário nos portos do Espírito Santo, o conferente de carga Luiz Fernando Barbosa Santos diz que assistimos "uma disputa entre o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) em diversos segmentos e, principalmente, em virtude da falta de uma politica portuária clara, estruturada e estável".
Para ele, a constituição de um modelo de estruturação de uma politica portuária única para todo o País sem observar as singularidades de cada porto, leva a planos setoriais com expressões genéricas e descritivas da situação corrente, não estabelecendo cenários prospectivos que embasem uma carteira de projeto no curto, médio e longo prazo. Assim, temos uma desconexão entre os Planos Plurianuais de Investimento e os Planos de Desenvolvimento e Zoneamento Portuário.
E adverte: "Estamos caminhando para uma sobreposição de investimento público e privado e, consequentemente, no desperdício das poupanças tanto públicas quanto privadas com infraestruturas portuárias. A legislação portuária definiu que terminal de uso privado deve ser construído sob risco econômico do empreendedor. Acontece que vários projetos estão sendo estruturados com base em um cenário econômico de antes da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Não sabemos se o novo ciclo econômico mundial que se inicia, pós choque da globalização decorrente desta guerra comercial e também dos efeitos do Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia], irá se manter já que seu efeitos no comércio global não estão devidamente avaliados."