Um dos pontos mais importantes na área financeira é ter segurança para investir ao se fazer um negócio. Entretanto, em algumas situações, isso pode mudar com o estalar dos dedos, alterando toda a rede global.
Os conflitos geopolíticos certamente têm uma influência mundial muito grande e o mercado financeiro mundial é um setor muito afetado por tais acontecimentos. Confira abaixo como as questões geopolíticas estão diretamente ligadas ao mercado financeiro mundial a partir de alguns casos pontuais.
Separatismo catalão
A Catalunha é uma região espanhola localizada no nordeste do país e abriga um de seus maiores grupos étnicos, os catalães. Possui cerca de 7,5 milhões de habitantes e representa quase 20% do PIB nacional.
Foi uma das primeiras regiões a seguir o industrialismo inglês, por isso, em seu território, há a presença de muitas empresas multinacionais, gerando muitos empregos e renda.
Em suas escolas, se ensina o catalão, e o espanhol é categorizado como língua estrangeira. Tal fato ilustra a forte identidade existente entre os catalães e o orgulho que sentem de sua região.
Por isso, criou-se um forte movimento separatista que dura mais de três séculos. Ao contrário da maioria dos conflitos, este é pacífico e há a presença de muitos protestos.
Como há muitas incertezas envolvendo o futuro espanhol, a economia tem tudo para sofrer junto. Caso ocorra de fato, a separação causaria uma grande fuga de empresas e a Catalunha não seria integrada à União Europeia de imediato, tendo que passar pelo processo que chega a demorar anos.
Primavera Árabe
Tudo começou com um protesto em 2011, na Tunísia, contra a corrupção, o alto desemprego e as condições precárias de vida do país. Após o comerciante local Mohammed Bouazizi atear fogo no próprio corpo após ser espancado por policiais. Toda a população do país se revoltou com o ocorrido e o presidente Zine El Abidine Ben Ali teve de deixar o país.
Seguindo o exemplo tunisiano, vários outros países árabes começaram a realizar protestos clamando por melhores condições de vida. Tudo foi muito divulgado e os eventos eram marcados pelas redes sociais.
O movimento ficou conhecido como Primavera Árabe por ser uma renovação: o florescimento de uma nova era nesses países.
Os principais envolvidos foram: Bahrein, Marrocos, Jordânia, Síria, Tunísia, Egito e Líbia.
O cenário, que parecia ser de novidades, se mostrou ineficaz, com direito a golpe de Estado no Egito, guerra civil com mais de 380 mil mortos na Síria, governo totalitário sunita no Bahrein, mais de 400 jovens presos em protestos e regresso das liberdades no Marrocos. O país com melhor previsão é a Tunísia, apesar dos altos níveis de corrupção no governo.
Boko Haram na Nigéria
O grupo radical islâmico vem tocando o terror entre os nigerianos e seus vizinhos desde 2002. De início, era uma seita religiosa que atribuía todos os aspectos ruins da sociedade à cultura ocidental. Com o tempo, os adeptos passaram a ser um grupo armado bem estruturado.
Hoje, seus princípios se diversificaram e planejam a construção de uma República Islâmica.
Para chamar a atenção da mídia e pregar seus dogmas, utilizam-se do terrorismo e realizam vários atentados.
Segundo estimativa recente, o grupo atacou mais de 100 mil pessoas, deixando 59.123 viúvas e 59.311 órfãos.
Com a recente queda no preço do petróleo e a inquietação causada pelo grupo, a economia nigeriana desacelerou. Estima-se que o petróleo seja responsável por cerca de 90% das exportações do país.
Tensão Nuclear na Coreia do Norte
A Coreia do Norte é um dos países mais fechados do mundo. Quase nada do que acontece no país é noticiado, a não ser que o próprio governo o queira. Nos últimos anos, no entanto, o país tem causado tensão no mundo todo devido ao seus testes nucleares.
Seu excêntrico líder, Kim Jong-Un, quase iniciou a 3ª Guerra Mundial ao lançar um míssil que cruzou todo o território japonês e explodiu no Oceano Pacífico. Com forte propaganda do ato, a televisão norte-coreana divulgou imagens dizendo que era um presente aos Estados Unidos.
O problema é que do outro lado do globo, também há um líder excêntrico: Donald Trump. Ele logo respondeu, ameaçando a Coreia com uma chuva de “fogo e fúria como o mundo nunca viu”. O mundo assistiu calado e aflito tal troca de farpas.
Até hoje, o país asiático continua realizando testes nucleares, e o encontro entre o líder estadunidense e o norte-coreano, em Singapura, foi apenas “para inglês ver”.
Desde então, a economia mundial oscila muito quando há algum evento relacionado aos dois países.