Terça, 19 Março 2024

Desigualdade social e concentração de renda podem resultar em recessão da economia

A região Nordeste do Brasil é uma das que mais sofre com a desigualdade de renda. Quando o dinheiro está nas mãos de poucas pessoas, a economia não é beneficiada, já que um pequeno grupo pode investir e usar seu poder de compra enquanto outro segue apenas tentando viver e pagar as contas básicas.

Segundo dados de 2015, o Brasil está atrás apenas do Qatar, na lista dos países que mais concentram a renda nas mãos de uma pequena elite. No caso do nordeste brasileiro, a questão fica ainda mais grave.

PIB abaixo da metade da média nacional

Na última década o Brasil viveu um momento de crise. Isso significa que o crescimento do PIB nacional não foi tão alto quanto o esperado. No entanto, no Nordeste a situação foi ainda mais grave. Tanto em 2017 quanto em 2018, essa região brasileira teve crescimento abaixo da metade da média nacional.

Em 2018, por exemplo, o PIB do Brasil foi de 1,1% enquanto o PIB do Nordeste não passou de 0,6%.

Questão não tem a ver com política

Apesar de algumas pessoas acreditarem que o Nordeste segue assim por culpa de partidos políticos que assumiram o governo do país, a situação nada tem a ver com isso. Não é porque a esquerda ou a direita estão no poder que a concentração de renda diminuiu.

Inclusive, mesmo no governo de Lula, que dizia trabalhar para melhorar a vida da população mais pobre do norte e nordeste brasileiro, o PIB da região era abaixo do nacional e a desigualdade social continuava crescendo.

O problema é que, os economistas preveem, que em 2020 essa situação pode se tornar ainda pior. Um ano de crescimento econômico muito baixo e com altíssima concentração de renda nas mãos de uma pequena elite.

Impostos altos para quem ganha menos

Os impostos cobrados da população deveriam retornar através de serviços públicos de qualidade. No entanto, não é o que acontece. O dinheiro até chega às mãos dos governadores, mas não é aplicado de volta no Nordeste. Ao menos, não na região em que vive a população mais pobre.

A ideia é investir apenas na elite e nas regiões consideradas turísticas. E ainda existe a questão de que quem ganha mais – que deveria pagar mais impostos – acaba sendo beneficiado e livre desta situação.

Elite é pequena e não reinveste no Brasil

Como a concentração de renda está nas mãos de poucos, não há um retorno deste dinheiro no Brasil. São pessoas que preferem gastar esse valor fora do país e até mesmo em regiões “mais interessantes”, como o Sul ou Sudeste brasileiro.

Aí é que surge o problema. Pois se são poucas as pessoas que ganham bem – e que poderiam reinvestir na economia – e ela não o fazem, a tendência é a estagnação. Então, um ciclo vicioso se inicia: não há interesse em investir em uma economia estagnada e o dinheiro vai para outra região do país – ou do mundo.

Melhorias que podem fazer a região crescer

Sabendo que a região Nordeste precisa crescer para, assim como restante do país, sair da crise, algumas melhorias estavam previstas para serem desenvolvidas no final do ano passado e neste ano.

Os aeroportos, com o intuito de aumentar o fluxo de turistas, o uso da energia eólica e a entrega de saneamento básico para a maior parte da população estavam dentre os objetivos que poderiam fazer a região crescer.

Ainda assim, a desigualdade social segue sendo um problema a ser resolvido. A renda precisa ser melhor distribuída ou, por mais que a região Nordeste se torne mais atrativa, seguirá com crescimento inferior ao PIB nacional.

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