A casa própria é um sonho comum de muitos brasileiros. Por isso, o financiamento imobiliário é uma alternativa interessante para quem deseja realizar esse sonho e ir quitando as dívidas progressivamente.
Entretanto, nem sempre é fácil lidar com uma dívida que dura muito tempo. Para ter uma ideia, no ano de 2018, mais de 70 mil imóveis foram tomados pelo banco por inadimplência. Isso porque a crise econômica afetou diversos brasileiros que possuíam imóveis financiados.
Por isso, é preciso ter planejamento na hora de fazer um financiamento imobiliário e buscar uma solução quando o pagamento não corresponde às expectativas.
Como são cobrados os financiamentos imobiliários?
Os financiamentos imobiliários permitem o pagamento de imóveis em diversas parcelas, podendo se estender por anos. As instituições financeiras, públicas e privadas, são quem emprestam esse dinheiro ao cliente. Mas, para que está interessado, é preciso se atentar às condições impostas pelos bancos, por exemplo:
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Valor mínimo e máximo de compra;
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Taxa de juros;
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Prazos para pagamento;
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Tipo de imóvel escolhido;
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Limite de crédito,
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Outros custos adicionais.
Mesmo com uma análise minuciosa de todas as condições, todos estão expostos ao risco de não conseguirem mais arcar com o financiamento imobiliário.
Quem financia um imóvel deve saber que tem um comprometimento com o banco. Até que o financiamento esteja totalmente quitado, o imóvel não pertence a quem financiou, e sim, à instituição financeira que emprestou o dinheiro.
Quais as consequências se eu não pagar o meu financiamento imobiliário?
Os financiamentos são feitos com base na Lei 9.517/97, que afirma que, com o atraso de três prestações ou mais, “o banco pode iniciar o procedimento de execução extrajudicial da dívida”.
Ou seja, o mutuário é notificado pessoalmente que deve quitar sua dívida no prazo de 15 dias. Caso não seja possível, o imóvel é retomado pelo banco que, em seguida, o leva para leilão. Caso o imóvel seja arrematado por menos do que o saldo devedor, a diferença fica por conta de quem realizou o financiamento.
Ou seja, além de perder o imóvel, se o valor que ele for vendido no leilão não cobrir a dívida, o financiador poderá perder um veículo, um lote, ou qualquer outro valor que tenha em seu nome, além da negativação do nome do financiador no mercado.
O mutuário tem até o dia do leilão do imóvel para quitar as dívidas. Assim, pode evitar que ele seja arrematado por outros.
Não consigo pagar o financiamento. E agora?
A primeira medida que você pode tomar após não conseguir pagar o financiamento é analisar o que mudou nos seus gastos. Nesse caso, é possível tentar se organizar financeiramente e reduzir despesas. Se a isso não resolver o problema, há algumas medidas que você pode tomar. Veja:
Negocie com o banco
É muito importante informar a instituição financeira que você não conseguirá mais pagar o financiamento. Assim, é possível negociar. A intenção aqui será aumentar o prazo do financiamento, mas sem aumentar a taxa de juros cobrada.
Portabilidade de instituição financeira
Se não houver acordo, há a possibilidade de portabilidade de crédito habitacional. Ou seja, você deve verificar as condições de outros bancos e ver qual é a mais vantajosa para você. Se for o caso, é possível mudar de banco.
Mas, atenção: caso a taxa de juros ou o índice de correção monetária seja maior, não vale a pena a portabilidade.
Recorra ao FGTS
Pode ser uma boa alternativa utilizar o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço para ajudar no pagamento das prestações do financiamento que estão próximas ao vencimento.
Alugue o imóvel
Outra alternativa é alugar o imóvel para que seja possível continuar o financiamento ou, então, vendê-lo para quitar a dívida de uma vez.
Muitos devedores podem pensar no empréstimo bancário como uma alternativa. Entretanto, isso não é recomendado. Entrar em uma nova dívida com instituições financeiras pode complicar ainda mais a vida do devedor, fazendo com que o problema financeiro torne-se uma bola de neve.
Como fazer um bom planejamento para financiamento imobiliário?
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Organize seus ganhos e gastos
É muito importante ter uma visão geral dos seus principais gastos. A falta de controle das suas finanças pode ser um grande problema na hora de se comprometer com um financiamento imobiliário.
Cadernos de anotações, planilhas e até softwares de gestão disponíveis no mercado podem auxiliar nesse controle.
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Acerte suas dívidas antes de iniciar o financiamento
Nada melhor do que estar com todas as suas dívidas acertadas antes de pegar outra. Assim, além de começar o financiamento com maior tranquilidade, as chances de você se confundir com as dívidas diminuem.
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Faça uma pesquisa detalhada
Vários fatores podem influenciar na sua decisão de compra. Avalie por exemplo, se é melhor comprar um imóvel novo, na planta ou usado. Analise a localização do imóvel, a infraestrutura da vizinhança e bairro.
É importante conhecer sua realidade orçamentária, as taxas e condições impostas pelas instituições financeiras e as linhas de créditos disponíveis antes de tomar qualquer decisão.