Quinta, 21 Novembro 2024

Portogente publicou em dezembro de 2019 a hub page "Blockchain e a cadeia logística" reunindo informações e atividades voltadas aos principais players do transporte de cargas e do comércio internacional. O propósito fundamental desta página é criar uma comunidade logística-portuária online e motivar a compreensão do blockchain na busca por maior produtividade no Brasil.

De modo a enriquecer o debate, Portogente entrevistou Carlos Rischioto, líder técnico de Blockchain da IBM Brasil. Em parceria com a Maersk, a gigante de tecnologia desenvolveu a rede TradeLens, da qual hoje participam outros armadores e mais de 50 portos e terminais portuários na América Latina e no Caribe. Rischioto ressalta que o objetivo da iniciativa é interligar informações das companhias que atuam no transporte marítimo internacional vislumbrando reduzir em até 70% o tempo dos procedimentos burocráticos. Para 2020 a IBM Brasil planeja adesões de mais empresas, terminais, portos e autoridades alfandegárias ao TradeLens.

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Carlos Rischioto, líder técnico de Blockchain - Divulgação: IBM Brasil

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Portogente - Quais os motivos que levaram à criação da rede TradeLens?
Carlos Rischioto - A rede TradeLens foi criada para otimizar relações comerciais por meio do Blockchain. Seu objetivo é trabalhar para interligar exportadores, linhas de navegação, operadores portuários, logísticos e terminais, transporte terrestre e autoridades alfandegárias - tudo em tempo real por meio de acesso a documentos dos embarques e informações de rastreamento dos containers, o que traz mais eficiência operacional e análise de eventos em tempo real. A ferramenta vem trazendo benefícios para todos os participantes, além dos consumidores. É importante ressaltar, ainda, que a redução do tempo do processo pode chegar em torno de 60% a 70%.

Portogente - Como foi o recente processo de inclusão de 50 portos e terminais da América Latina?
Carlos Rischioto - Cada novo participante passa por um processo de integração na rede TradeLens, onde é definido quais processos e informações serão compartilhados com a rede. Assim como a integração com os sistemas atuais de cada participante, esse processo pode ser mais rápido ou mais longo dependendo do papel do participante no processo global e do nível de automação dos seus controles. Não existe uma receita única para a inclusão dos participantes, por isso temos um time dedicado a auxilia-los nesse processo.

Portogente - Qual o planejamento de expansão para 2020?
Carlos Rischioto - O foco para esse ano é na continua expansão da rede, com adesão de mais empresas, terminais, portos e autoridades alfandegárias.

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Bruno Merlin


Bruno Merlin é redator e jornalista especializado nos temas logístico e portuário. Graduado pela Universidade Católica de Santos (UniSantos), há dez anos colabora com o Portogente, além de publicar reportagens em outros veículos como Folha de S. Paulo, SBT/VTV e Revista Textilia.

E-mail: brunomerlin@portogente.com.br