NOR é a sigla, em inglês, para "Non-Operating Reefer", ou seja, "reefer fora de operação". Em suma, é a utilização de um conteiner refrigerado, embarcado, cheio, e com carga em seu interior, porém desligado.
Atualmente, observa-se rápido crescimento da utilização de unidades originalmente voltadas para o transporte de carnes e outros produtos que necessitam de baixas temperaturas para sua conservação para carregamento de produtos que devem ser embarcados em contêineres normais (secos). Porém, qual a finalidade desta técnica?
Imagem: divulgação Maersk Line
Operação de embarque de conteiner reefer
Tomamos como exemplo o comércio do Brasil com outras regiões do planeta. Temos uma economia com forte exportação de carnes para diversas partes do mundo, e altos índices de expostação de cargas secas, tais como peças de automóveis e produtos diversos manufaturados no Oriente, entre outros. Desta forma, a costa brasileira é o local de embarque de muitas unidades refrigeradas, e local de desembarque de muitas unidades de carga seca. A demanda por unidades refrigeradas é maior do que a oferta, e a de cargas secas, menor, ou seja, faltariam unidades que atendam as necessidades para exportação de carnes, e sobrariam, inutilizadas, na costa, unidades normais. O gasto com reposicionamento e envio de conteineres reefer de outras partes do globo, e de armazenagem das unidades secas vazias, bem como seu envio para atendimento em outros países, geraria um desbalanceamento na renda de frete dos armadores.
Com o carregamento de cargas secas em conteineres refrigerados, os mesmo chegam ao país prontos para serem utilizados após o processo de desova. Ou seja, não sobrarão conteineres secos vazios sem utilidade, e não haverá a necessidade urgente de envio de conteineres reefer para embarque, bem como haverá mais espaço para o crescimento da demanda, uma vez que unidades vazias ocupam espaços preciosos nos navios, que poderiam ter, em seu lugar, unidades cheias gerando uma contínua e crescente receita de frete. Em uma visão com números operacionais, tomamos como exemplo a chegada de um carregamento oriundo da China com 100 unidades dry carregadas. Saem do Porto as 100 unidades cheias, que, após a descarga, teriam de ser reembarcadas vazias para o destino. Ou seja, 200 movimentos operacionais seriam realizadas para receber e evacuar as unidades inutlizadas. Com a conversão em carga NOR, chegam 100 reefers carregados com carga seca, que saem do porto, são desovados e estão pronto para utilização padrão. Desta forma, voltarão ao porto as 100 unidades apenas quando estiverem cheias de carga para embarque, o que aumenta substancialmente a receita operacional no local da utilização.
Por fim, podem-se embarcar os reefers em seu espaço original, com plugs, de modo a que o plano de carga pode ser balanceado e abre espaço para mais unidades no navio, há a economia de energia da embarcação, bem como de combustível e custo unitário de transporte.
Em 2012, estima-se que, com a descoberta do potencial de utilização do NOR's, o índice de conversão subiu cerca de 40%. e a tendência de mercado é a de crescimento ainda maior desta técnica de reposicionamento.