Quarta, 26 Junho 2024

Após seguidos fechamentos de produção de alumínio primário no Brasil, agravados com o anúncio da Alcoa ontem, o país se torna importador líquido do metal, segundo fontes, o que não acontecia desde meados dos anos 1980. A companhia americana anunciou ontem encerrando temporário de 124 mil toneladas de produção no Brasil, sem data certa para retomada, com o encerramento de uma linha em Poços de Caldas (MG) e outra em São Luis (MA), que será concluídas ao longo das próximas semanas.

O movimento da Alcoa ocorre três meses após a Novelis ter cortado em 20 mil toneladas sua capacidade em Ouro Preto (MG), onde produzia 50 mil toneladas ao ano. Em 2010, a empresa já havia encerrado a unidade de Aratu, na Bahia, onde fazia 60 mil toneladas. Um ano antes, a Valesul fechou as portas da fábrica de Santa Cruz (RJ), que produzia 95 mil toneladas.

Na raiz desses cortes, além dos preços deprimidos do metal no mercado internacional, estão os elevados custos da tarifa de energia no Brasil, bem acima da média global de US$ 40 o MWhora, considerado um teto de competitividade das fabricantes. As duas empresas passam a operar basicamente com energia de geração em hidrelétricas próprias.

Recentemente, o presidente da Novelis, Tadeu Nardocci, disse que a intenção da empresa é manter a unidade de Ouro Preto em funcionamento, ainda que ele tenha manifestado preocupação com o preço do metal. Os cortes das duas empresas neste ano representam redução de 10% no total da produção brasileira de alumínio primário, para 1,29 milhão de toneladas anuais, ante 1,44 milhão de toneladas em 2012.

Já o consumo brasileiro do metal somou 1,43 milhão de toneladas no ano passado e as estimativas da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) são de crescimento de 3% neste ano, para 1,48 milhão de toneladas. Considerando também os suprimento de sucata de alumínio e de importações – e excluindo o volume de exportações -, o Brasil passa a uma situação de importador líquido, de acordo com as fontes.


Nos dois últimos anos, o suprimento de sucata vêm se mantendo em torno de 510 mil toneladas ao ano. No ano passado, as importações somaram 287 mil toneladas e as exportações, 646 mil toneladas.

Segundo a Abal, a produção brasileira de alumínio primário já caiu 8,4% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2012, refletindo as reduções graduais das companhias, para 666 mil toneladas. Antes dos anúncios de Alcoa e Novelis, estimava-se que o país poderia se tornar importador do metal por volta de 2015, conforme a demanda do país.

importação aluminio

Fonte: Vidrado

Além do custos da energia, a principal razão apontada pelas companhias é o preço do alumínio. Apenas neste ano, o metal caiu 13% na bolsa de Londres (LME), de US$ 2.098 a tonelada na média de dezembro do ano passado para US$ 1.831 a tonelada, na média, este mês. Desde o pico de US$ 3.122 por tonelada em julho de 2008, a queda alcança quase 40%.

Ao mesmo tempo, o custo de energia no Brasil continua alto, acima de US$ 60 por MWh, apesar do anúncio do governo de corte do preço para a indústria. Nas contas das empresas de alumínio, a Medida Provisória (MP) 579, que previa redução de 28%, na verdade resultou no máximo 12% para o setor.

A Alcoa já tinha autossuficiência de energia de cerca de 70%. Agora, reduziu sua produção em aproximadamente 35%. Em Poços de Caldas, a empresa produziu no ano passado 85,9 mil toneladas. Já em São Luis (MA), onde opera em consórcio com a BHP Billiton, por meio da Alumar, sua produção correspondeu a 271,7 mil toneladas. No total, a companhia fabricou 328 mil toneladas de alumínio primário em 2012.

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