Sexta, 29 Março 2024

Pesquisas arqueológicas mostram que asprimeiras estradas foram construídas a partir de trilhas usadas por povospré-históricos e se localizaram no sudoeste da Ásia, numa ampla área delimitadapelo mar Negro, Cáspio, Mediterrâneo e o golfo Pérsico. As pessoas migravam paraleste, oeste, norte e sul a partir dessa área e certamente reconheceram, nasprimeiras viagens, a necessidade de melhorar os caminhos para facilitar omovimento de seus animais de tração, o que tornou possíveis as primeirastransações comerciais. Na construção das primeiras rodovias artificiais,provavelmente o terreno alto foi nivelado, os buracos e reentrâncias forampreenchidos e a terra retirada das bordas para formar valas laterais quepermitissem a drenagem.

O começo da construção de rodoviascoincide com o surgimento dos primeiros veículos de rodas, que provavelmenteforam fabricados numa ampla área que se estende do norte do mar Negro ao marCáspio e à ponta superior do golfo Pérsico. Arqueólogos encontraram na Anatóliarestos de veículos de duas rodas que datam de 3000 a.C., feitos pelos sumérioscom a madeira abundante das florestas do Cáucaso. Por volta de 2400 a.C., jáeram fabricados carros de quatro rodas, também na região do Cáucaso.

Durante a idade do bronze, a evolução dastécnicas da agricultura e do comércio e a domesticação do cavalo marcaram oprincípio da civilização. Para crescer, o comércio exigiu estradas melhores. Oshabitantes da região da Mesopotâmia aperfeiçoaram a técnica de construção ecriaram uma rota comercial, por volta do ano 700 a.C., que unia o império daBabilônia ao Egito. Estradas pavimentadas com pedras e ladrilhos unidos comargamassa betuminosa ligavam os templos e palácios das antigas cidades de Assure Babilônia. Essas estradas, embora não servissem às necessidades normais dotráfego de caravanas comerciais, possivelmente inspiraram o sistema rodoviárioromano.

 

Estrada real da Pérsia

A mais antiga de que se tem registro, aestrada real da Pérsia é contemporânea dos primeiros veículos de rodas, surgidospor volta do ano 3000 a.C. Ligava as civilizações da Mesopotâmia e do Egito eestendia-se do golfo Pérsico ao mar Egeu, num percurso de 2.857km que unia aPérsia à Turquia, Grécia e Egito. Foi o primeiro grande sistema de rodovias,formado de estradas que se interligavam, criavam grandes centros de caravanas epermitiam intensa troca comercial entre regiões distantes.

Rotas do âmbar. As primeiras estradaseuropéias conhecidas são as "rotas do âmbar", usadas provavelmente entre os anosde 1900 e 300 a.C. por comerciantes etruscos e gregos para transportar âmbar emetais do norte da Europa a diversos pontos do litoral do Mediterrâneo e doAdriático. Ligavam a Grécia e a Toscana, na Itália, ao mar Báltico por umconjunto de rotas e ramificações em diversas direções e que alcançavam os maisdistantes centros comerciais. De modo geral, seguiam um curso paralelo aos dosgrandes rios e lagos da região nordeste da Europa. Na construção de diversostrechos, como indicam vestígios encontrados nos Países Baixos, Alemanha,Polônia, Letônia, Suécia e Rússia, foram usadas toras de madeira dispostas sobrecamadas de galhos e cobertas com uma mistura de areia e cascalho. Em algumasdelas, valas laterais permitiam a drenagem da água das chuvas.

 

Rota da seda

O antigo sistema rodoviário da Chinaimperial, contemporâneo ao da estrada real da Pérsia, destacou-se pelaimportância comercial e a extensão das estradas que se interligavam. Representouno sudeste da Ásia papel semelhante ao que tiveram as estradas romanas na Europae na Anatólia. Muitas estradas chinesas eram largas, bem construídas epavimentadas com pedras. Os rios eram atravessados por pontes ou barcas bemadministradas e os trechos mais íngremes das montanhas dotados de degrauslargos. A manutenção, porém, era irregular e logo as estradas perdiam aqualidade inicial. O sistema, com aproximadamente 3.200km de extensão total,ligava as principais cidades do império.

A estrada comercial da China à Anatólia eà Índia, conhecida como "rota da seda", tinha uma existência de aproximadamente1400 anos na época das viagens de Marco Polo, por volta de 1270 a 1290 da eracristã, que coincidiu com sua fase mais importante. Nesse período, o sistemachinês ligou-se ao romano, que se espalhava por toda a Europa, e a rede completase estendeu por 12.800km, ligando Xangai, na China, a Cádiz, na Espanha. Pormais de dois mil anos foi a mais extensa estrada da Terra e seus usuários maisfreqüentes, especialmente em seu apogeu, nos séculos II e III da era cristã,eram comerciantes de sedas, jóias e especiarias do Oriente. Com a queda doImpério Romano, os constantes ataques de mongóis e outros povos nômades tornaramimpraticável seu uso.

 

Estradas romanas

Com os romanos, a engenharia rodoviáriaatingiu o ponto máximo de eficiência e aprimoramento tecnológico da antiguidade.As estradas tinham a função dupla de conquistar territórios e preservá-los. Noauge do poder de Roma, foram construídos perto de 85.000km de estradas queligavam a capital às fronteiras mais distantes do império. Irradiavam de Roma 29grandes estradas militares, das quais a mais conhecida é a via Ápia, que seestendia por 660km. Há divergências sobre a origem dos métodos romanos deconstrução de estradas, mas é consenso que seus principais mestres forametruscos do norte da Itália. Os romanos incorporaram também técnicas aprendidasde diversos outros povos, como os cartagineses, fenícios e egípcios.

As estradas romanas se caracterizavam pelasolidez da construção e o traçado reto, independentemente do obstáculo quetivessem que superar. Foram construídas sobre pantanais, lagos, vales emontanhas e, por sua concepção audaciosa, despertaram a admiração dosengenheiros modernos. Modernamente, sua construção seria economicamenteinviável.

A largura de uma estrada comum variavaentre 2,5 e 4m -- a via Ápia chega a ter dez metros de largura em certos trechos-- e a espessura do revestimento ficava entre 1 e 1,5m, com camadas superpostasde pedra. Empregavam pedras largas e chatas na camada inferior e outras cada vezmenores nas camadas subseqüentes, unidas por argamassa. Depois de dois mil anos,muitos trechos das estradas romanas continuam transitáveis.

 

Decadência do sistemarodoviário

No auge do Império Romano, o comércio pelas rodovias ligavaas culturas da Europa, norte da África, Anatólia, China e Índia. Mas essesistema dependia dos impérios, principalmente o romano e, com seu declínio apartir do século IV da era cristã, as rotas comerciais tornaram-se os caminhosde invasão. Praticamente todas as redes rodoviárias sofreram um processoirreversível de decadência. Por volta do século XII, renasceu o interesse pelaconstrução e manutenção das estradas, especialmente na Europa, mas a peste negrado século XIV e as contínuas guerras entre principados interromperam novamente oprocesso.

 

Estradas incas

O período de decadência do sistemarodoviário das antigas civilizações mediterrâneas e asiáticas coincidiu com osurgimento e o auge de outro império de notáveis construtores de estradas: oimpério dos incas. Muito antes da chegada do europeu ao continente americano, osincas tinham construído um extraordinário sistema de estradas que ligava Quito,no Equador, a diversos pontos ao sul de Cuzco, no Peru. Consistia de duasestradas paralelas, uma ao longo do litoral, com aproximadamente 3.600km deextensão, e outra que acompanhava os Andes por cerca de 2.640km, cada uma delascom diversos cruzamentos e conexões. No apogeu do império, quando os espanhóisdesembarcaram na América do Sul, no começo do século XVI, o sistema rodoviárioatendia a uma área de quase dois milhões de quilômetros quadrados, onde viviamperto de dez milhões de pessoas. Parte do sistema original inca ainda é usadoaté hoje.

A rota dos Andes tinha característicasnotáveis. A estrada de 7,5m de largura cruzava os mais altos pontos com cortes erampas suaves. Incluía galerias cortadas na rocha compacta e muros de contençãode dezenas de metros para servir de apoio à estrada. Abismos e desfiladeiroseram vencidos com construções sólidas de pedra e alvenaria. Pontes pênseis,feitas com cabos de madeira ou fibra, atravessavam os mais largos rios entre asmontanhas. A superfície era de pedra na maior parte da estrada e materiaisasfálticos foram usados com abundância. As subidas mais íngremes eram feitas porescadas cortadas na rocha. O tráfego consistia inteiramente de animais de carga(lhamas) e pessoas a pé, já que os incas não conheciam o uso da roda. Éinteressante notar que as estradas incas têm diversos pontos em comum com aschinesas, o que pode indicar uma influência cultural direta.

 

Origem da técnicamoderna de construção

A partir dos séculos XVII e XVIII, aexpansão do transporte humano e de mercadorias por carruagens deu origem a novosurto de melhoramento das estradas e alguns países da Europa adotaram programasrodoviários. Dois escoceses, Thomas Telford e John Loudon McAdam, criaram osprincípios científicos que serviram de base às rodovias modernas: drenagem,fundações adequadas e criação de uma superfície resistente. O nome de Telfordficou ligado a um tipo de pavimento a base de piche e o de McAdam ao macadame,revestimento formado por camadas de cascalhos aglutinados com asfalto, com asuperfície coberta por uma ligeira aplicação de asfalto com lascas de pedra.

O interesse pela construção de rodoviascresceu até o século XIX e então declinou, com o surgimento e o progresso dosistema de ferrovias. Veículos de tração animal não podiam competir com os trense as rodovias só voltaram a se expandir no século XX, com o aparecimento doscarros e caminhões.

 

Rodovias modernas

O automóvel e, um pouco mais tarde, oscaminhões para carga pesada, introduziram exigências totalmente novas para aconstrução de estradas e rodovias e o crescimento da produção da indústriaautomobilística obrigou quase todos os países a investirem uma parcelaconsiderável do orçamento de obras públicas na melhoria e expansão dos sistemasrodoviários. A alta velocidade alcançada pelos automóveis obrigou os projetistasa aperfeiçoarem a qualidade dos materiais usados na pavimentação e aestabelecerem sinalização adequada e traçado mais seguro para as rodovias.

A idéia de uma estrada desenhadaexclusivamente para veículos de grande velocidade, a rodovia, auto-estrada ouautopista, surgiu na Alemanha em 1926. O primeiro trecho, que ligou Colônia aBonn, foi inaugurado em 1932, com duas pistas paralelas e separadas, de mãoúnica, cada uma com largura média de cinco metros. Foi destinada ao tráfegopesado e velocidades que podiam ultrapassar 160km/h. Em poucos anos, o sistemase ampliou e quando ficou pronto tinha uma extensão total de aproximadamentequatro mil quilômetros. Atualmente, quase todos os países dispõem de redes deauto-estradas, de maior ou menor extensão e eficiência de acordo com o nível deprogresso econômico de cada país.

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