As vendas brasileiras ao mundo árabe somaram US$ 12,5 bilhões entre janeiro e novembro de 2017, alta de 21,6% sobre o mesmo período do ano anterior, e superávit de US$ 6,7 bilhões, até o momento. O resultado já supera o patamar de 2015, quando as receitas foram de US$ 12,1 bilhões. Em volume, os embarques foram de 38,4 milhões de toneladas, 19,3% mais na mesma base de comparação. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, organizados pela Câmara Árabe-Brasileira.
A pauta é liderada pelo açúcar (34,2% das receitas), carne de frango (19,7%), minérios (8,4%), carne bovina (7,4%) e milho (5,7%). Até o momento, os principais compradores foram a Arábia Saudita (US$ 2,3 bilhões, alta de 8,2% na comparação com janeiro-novembro de 2016), Emirados Árabes (US$ 1,9 bilhão, +15,4%), Egito (US$ 1,6 bilhão, +37,7%), Argélia (US$ 935,8 milhões, +17,1%) e Iraque (US$ 404 milhões, +80,1%).
A entidade espera fechar o ano com alta de 15% nas vendas sobre 2016. O resultado dos 11 meses do ano foi beneficiado pelo aumento do preço médio da tonelada embarcada: US$ 3,25 mil em janeiro-novembro 2017, contra US$ 3,19 mil no mesmo período de 2016. “Nota-se um claro processo de intensificação da demanda nos países árabes, mercados que vão continuar a crescer por seu perfil demográfico”, explica o presidente da entidade, Rubens Hannun.
Com relação à carne de frango, as exportações no período somaram US$ 2,4 bilhões, alta de 6,1% sobe janeiro-novembro de 2016. O avanço nos resultados foi creditado aumento das vendas para o Egito (US$ 220,8 milhões, +67,5%) e Iraque (US$ 170,8 milhões, +107,3%), que acabaram por compensar uma ligeira queda de 11,9% nas vendas à Arábia Saudita (total de US$ 936 milhões no período), o maior comprador do produto.
No cenário da carne bovina, as exportações mantiveram-se no mesmo patamar de 2016, com uma ligeira alta de 1,8% e receitas de US$ 906 milhões. A entidade destaca no resultado o aumento no preço médio do produto em relação ao ano passado e a manutenção dos embarques como resultado das ações conjuntas com o Ministério da Agricultura para mitigar os efeitos da operação Carne Fraca.
A Câmara Árabe também ressalta a expansão da corrente de comércio Brasil-Países Árabes, que chegou a US$ 18,3 bilhões no acumulado e o superávit comercial em favor do Brasil de US$ 6,7 bilhões. As importações dos árabes somaram US$ 5,8 bilhões, notadamente em combustíveis (63% do total) e fertilizantes (27%), que começam a chegar no fim do ano juntamente com início do plantio de grãos.