Quinta, 16 Mai 2024

Hélio Meirim, mestre em administração e desenvolvimento empresarial, professor, palestrante, CEO da HRM Logística Consultoria e Treinamento e Coordenador da comissão de logística do Comitê Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ), diz que ao planejar um grande evento é preciso pensar a logística de forma integrada e levar em consideração questões relacionadas ao fluxo das pessoas, aos equipamentos, aos insumos (produtos a consumir) e também as informações. Ele foi entrevistado para o portal e Revista Painel Logístico. “Questões relacionadas a mobilidade urbana são cada vez mais importantes para a cidade e para o cidadão e, quando falamos de um evento isso tem uma grande relevância.”, acrescenta Meirim, um dos conferencistas do Rio Musical Conference 2017.

O Rio de Janeiro é uma cidade preparada para receber eventos de grande porte?
Meirim -
A cidade do Rio vem tendo a oportunidade de realizar grandes eventos. Nos últimos anos, tivemos a realização dos Jogos Panamericanos, Rio +20, Jornada Mundial da Juventude, Rock in Rio, Copa das Confederações, Olimpíadas, Jogos Paralímpicos, Shows, Festivais além dos já tradicionais eventos de Carnaval e Reveillon.

Estes eventos, mobilizaram um grande número de pessoas e, necessitaram de um planejamento cuidadoso relacionado a: infraestrutura do local de realização do evento, transporte, hospedagem, suprimentos entre outras.

Atender as expectativas dos organizadores, patrocinadores, fornecedores, autoridades, comunidade do entorno (vizinhos), comerciantes e do grande número de pessoas que participa deste evento é uma tarefa desafiadora.

Mas, percebo que, a cada grande evento realizado na cidade, tem havido um processo de melhoria contínua no planejamento e realização dos mesmos.

Até que ponto a “mobilidade urbana” carioca ajuda ou atrapalha os projetos logísticos para a realização destes eventos?
Meirim -
Entendo que as questões relacionadas a “mobilidade urbana” são decisivas para o sucesso de um evento, pois as atrações do evento podem ser excelentes, mas se o público não dispor de meios de transporte para chegar e sair do evento de forma rápida, confortável e segura, ele poderá desistir de ir ao evento.

Neste sentido, tenho observado que os grandes eventos da cidade estão sendo planejados e realizados em alguns locais específicos e, as autoridades tem buscado aprimorar e, ampliar a oferta de transporte público para o deslocamento das pessoas chegarem e saírem dos eventos. Somam-se a esta oferta de transporte público, questões relacionadas a esquemas de segurança, restrição de circulação de veículos entre outros (isto é claro dependendo da característica e do tamanho do evento).

O Rio de janeiro é uma das cidades mais congestionadas do brasil. Até que ponto isto influencia no momento de executar um projeto logístico de um grande evento?
Meirim -
Infelizmente, a redução dos congestionamentos é um dos grandes desafios enfrentados pela cidade do Rio, bem como, por muitas das grandes cidades de nosso país e do mundo.

Com certeza, este é um dos fatores que precisa ser levado em consideração quando da realização de um grande evento na cidade e, pode influenciar o resultado do mesmo. Avaliar o calendário (para não coincidir com outros eventos), o local e o horário de realização do evento, bem como buscar integração com a esfera pública e privada são aspectos que precisam ser levados em consideração quando da elaboração do projeto logístico de um grande evento, procurando assim mitigar os impactos dos congestionamentos.

No Rio de janeiro já foram implementadas a ampliação da linha de metrô, os BRTs... É o suficiente?
Meirim -
Nos últimos anos, temos acompanhado a ampliação de alguns trechos cobertos pelos modais de transporte público, o que auxilia no deslocamento das pessoas, melhorando a mobilidade urbana. Entretanto, devido ao tamanho da população (crescente), a capilaridade dos modais de grandes massas e, a dispersão geográfica dos polos de emprego e moradia, ainda temos um bom caminho a percorrer.

Planejar a malha viária (pessoas e cargas) de uma cidade é uma atividade essencial e demanda estudos técnicos bem detalhados. Estudar, entender e sugerir mudanças nos fluxos, aumentar a capilaridade e a integração (física e econômica) dos diversos modais (ônibus, trem, metrô, barcas, BRTs, VLTs) são ações que possibilitarão avançar nas questões de mobilidade urbana de nossa cidade.

Que alternativas poderiam ser propostas, na sua opinião, a médio e longo prazo para melhorar a situação do sistema de mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras?
Meirim -
Reflexões sobre propostas relacionadas a mobilidade urbana ganham espaço em grandes cidades de todo o mundo. Algumas cidades já implementaram ações eficazes, outras recorrem a soluções paliativas. Penso que para avançarmos nas alternativas relacionadas a melhoria da mobilidade urbana, precisamos ampliar nossa reflexão sobre três atores: poder público, empresas e população.

Poder público ofertando transporte de qualidade (segurança, conforto, horários aderentes a demanda e pontualidade), capilaridade e com modais integrados física e financeiramente (por exemplo ônibus, barcas, metrô, trem com estações e tarifas integradas). Existe ainda a questão dos polos econômicos (onde estão as empresas empregadoras) que estão concentrados em alguns pontos da cidade e que, normalmente estão longe dos locais onde as pessoas vivem, gerando assim deslocamentos frequentes entre residência e local de trabalho.

Empresas que precisam refletir sobre alguns paradigmas como os relacionados aos horários de trabalho fixos (08h-17h ou 09h-18h) e as operações de coletas e entregas noturnas por exemplo.

População que precisa ter consciência sobre visão coletiva, ou seja, se eu impedir o cruzamento, ou estacionar em fila dupla, por exemplo, estarei gerando transtornos para um grande grupo de pessoas, que terão a sua mobilidade afetada.

Estes atores, precisam atuar em conjunto, no desenvolvimento do plano logístico da cidade, buscando assim conciliar as principais demandas do poder público, das empresas e da população que vive na cidade.

As tecnologias atuais podem contribuir para a melhoria da mobilidade urbana? Poderia citar exemplos?
Meirim -
A tecnologia é uma grande aliada da logística e, no que se refere a mobilidade urbana ela vem se transformando em uma ferramenta indispensável, pois o uso da informação é fundamental neste processo.

O uso da tecnologia, pode prover informações em tempo real, sobre as condições de trânsito auxiliando motoristas e veículos de emergência (ambulância, polícia e bombeiros) a buscarem alternativas de itinerários por exemplo.

As empresas podem acompanhar a ocupação dos veículos e, com base nestas informações, podem redimensionar a quantidade ou o intervalo de tempo de intervalo para atender a demanda.

Temos também a possibilidade do uso da geolocalização (GPS) para disponibilizar informações em tempo real, sobre o horário de chegada de um determinado meio de transporte no ponto em que este usuário se encontra., possibilitando assim o planejamento deste usuário com relação aos seus deslocamentos.

>> Para ler a entrevista na íntegra clique aqui

 

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