Começaram as discussões para a implantação de um polo industrial têxtil no Pará. Foi no final de janeiro último, em reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa). O objetivo do encontro foi traçar os rumos para a criação do polo, que deverá produzir tecido a partir da celulose solúvel, produzida pela Jari Celulose no município de Almeirim. A empresa assinou em setembro do ano passado um protocolo de intenções com o Governo do Estado para viabilizar a implantação desse polo no Pará.
A celulose solúvel é considerada uma matéria-prima para a produção têxtil mais barata que o algodão. Com a criação do polo, o beneficiamento desse tipo de celulose será feito aqui mesmo no Pará, agregando assim valor ao produto e contribuindo para a verticalização da produção. Durante o evento na federação, houve uma apresentação do Senai CETIQT, que promove soluções em inovação tecnológica e educação profissional para a indústria têxtil e de confecção. A apresentação mostrou a tecnologia por trás da celulose solúvel, seus usos e também o potencial do mercado.
O presidente da Fiepa, José Conrado Santos, lembrou que já existem várias iniciativas dentro da instituição que visam a valorização da cadeia local. “O resultado desse trabalho é que conseguimos elevar de 15% para quase 70% o percentual de vendas locais para grandes projetos” destacou o presidente, acrescentando que esse trabalho continua com o apoio ao polo têxtil. Ele também lembrou que o Senai Pará está com um projeto pronto e recursos garantidos para apoiar a indústria de confecções no Pará.
O titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedeme), Adnan Demachki, lembra que hoje a celulose é vendida para a China, de onde também compramos peças de vestuário. “Então se temos aqui esse insumo que nos permite explorar essa cadeia produtiva, agregar valor e gerar emprego e renda para o Estado, podemos internalizar essa cadeia econômica”, observou o secretário.
A presidente do Sindicato das Indústrias de Confecções de Roupas do Estado do Pará (Sindusroupa), Rita Arêas, destacou que hoje a matéria-prima utilizada no estado vem da Ásia, o que reduz a competitividade do setor local, então, segundo ela, poder contar com essa matéria-prima aqui mesmo fortaleceria cada vez mais a indústria de confecções.