Em novembro, o custo de vida na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu 0,34% na comparação com outubro quando houve aumento de 0,35%. No acumulado do ano, a elevação foi de 6,12% e 7,15% nos últimos doze meses, valores bastante amenos quando comparados ao mesmo período de 2015, quando as variações eram de 10,49% e 11,30%, respectivamente. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O resultado do indicador foi influenciado, pelo segundo mês consecutivo, principalmente pelo grupo de Transportes cuja elevação nos preços foi de 0,95% em novembro, atingindo 3% no acumulado do ano e 5,14% nos últimos doze meses. Essa alta pode ser atribuída às multas de trânsito, que tiveram seus valores aumentados em até 66%. A segunda maior influência foi do segmento Habitação, que variou 0,58% contra outubro, acumulando alta de 5,31% no ano e 5,52% em doze meses.
Também apresentaram alta nos preços, os grupos: Saúde (0,51%), Comunicação (0,51%), Despesas Pessoais (0,36%) e Vestuário (0,26%). Por outro lado, Educação (0,01%) e Alimentação e Bebidas (-0,09%) se mantiveram praticamente estáveis, e Artigos do Lar teve redução de 1,08%.
As famílias das classes A e B foram as que mais sentiram o aumento nos preços em novembro, com alta de 0,34% e 0,50%, respectivamente. Já a classe E e D se mantiveram estáveis, com variações, respectivamente, de 0,03% e -0,03% sendo as menos impactadas este mês.
IPV
O Índice de Preços do Varejo (IPV) registrou no penúltimo mês do ano queda de 0,05%, a segunda verificada desde agosto de 2014. Dessa forma, o indicador acumula 6,04% de alta no ano e 7,12% em doze meses. Em novembro de 2015, as variações eram de 9,14% no ano e 9,74% em doze meses, demonstrando que o resultado final de 2016 será mais brando que o do ano passado.
Os dois grupos determinantes do resultado geral foram Artigos de Residência, com queda de 1,16%, e Alimentação e Bebidas, que tem o segundo maior peso na composição do indicador, com decréscimo de 0,32%. Com menor influência, Despesas Pessoais também apresentou variação negativa de 0,07%.
Já as demais atividades, ordenadas da menor para a maior influência, registraram altas: Educação (0,09%), Habitação (0,19%), Vestuário (0,26%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,29%) e Transportes (0,24%).
A classe D foi a mais beneficiada pela queda dos preços apurado pelo IPV em novembro, com recuo de 0,24%. Já a classe B (- 0,01%) foi a menos impactada.
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) preservou a tendência de aceleração nos preços e assinalou alta de 0,76% em novembro, acumulando no ano uma elevação de 6,20% e em doze meses de 7,17%. Comparados aos de 2015, 11,91% no ano e 12,96% em doze meses, os resultados ainda podem ser considerados favoráveis.
Dos oito segmentos avaliados, somente Artigos de Residência registrou queda (-0,10%). Educação não apresentou variação de preços e houve alta nas demais atividades, sendo elas, da maior para a menor influência no resultado: Transportes (2,22%), Habitação (0,70%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,79%), Alimentação e Bebidas (0,25%), Comunicação (0,51%) e Despesas Pessoais (0,59%).
As famílias das classes A e B foram as que mais sentiram as altas dos preços de serviços em novembro (elevações de 0,73% e 0,96%, respectivamente). Por outro lado, as classes D e E foram as que menos sofreram com o avanço dos preços, ambas com alta de 0,29%.
Segundo a FecomercioSP, com o resultado observado em novembro, os preços praticados no varejo claramente seguem em trajetória menos pressionada que em 2015, mesmo ainda havendo uma dispersão de quedas menor na margem. A desaceleração na alta de preços do grupo Alimentação e bebidas favorece de maneira significativa a contenção da inflação e garante um alívio para o bolso dos consumidores, tendo em vista sua alta representatividade no orçamento.
Para a Federação, com os preços mais controlados, a trajetória da taxa de juros tende a seguir em queda, o que deve ajudar sobremaneira a conjuntura e consolidar o processo de recuperação da economia.