A partir deste ano o processo de certificação de produtos eletroeletrônicos passou a ser feito também no Brasil, o que tem facilitado as negociações entre empresas brasileiras que pretendem exportar para Estados Unidos e Canadá. Os produtos são submetidos a testes de qualidade em laboratórios autorizados e saem de fábrica com o selo ETL, que indica conformidade com as normas nacionais e internacionais, cumprindo os requisitos para venda e distribuição.
Dentre as principais vantagens da mudança está a diminuição dos custos para as empresas, estimada em cerca de 50%, e também dos prazos, que chegam a cair pela metade quando a certificação é feita em território brasileiro. Outra barreira rompida é a do idioma, que facilita a comunicação e entendimento dos requisitos discutidos entre a Intertek e o cliente.
“A comunicação em outra língua, às vezes, pode gerar uma incompatibilidade no entendimento dos requisitos necessários à adequação do produto às normas técnicas e também de ensaios, fato que pode acarretar perda de tempo durante todo o processo de certificação e, consequentemente, aumento do custo. Estando no Brasil, fica mais fácil até mesmo pela possibilidade de intervir em meio ao processo”, conta Marcos Zevzikovas, Gerente Nacional da Divisão Electrical & Wireless da Intertek no Brasil.
A Intertek é reconhecida pelo OSHA, Departamento do Ministério do Trabalho dos EUA, como um laboratório NRTL – “Nationally Recognized Testing Laboratories”, a conceder o selo ETL aos produtos devidamente testados em seus laboratórios. Dentre os eletroeletrônicos que estão aptos a realizarem testes para exportação estão, por exemplo: fornos elétricos, máquinas de panificação, freezers, mesas cirúrgicas, incubadoras, e máquinas industriais dos segmentos de plástico, tinta, móveis, entre outros.
Ainda que seja importante, a certificação destes produtos não é obrigatória na maioria dos estados americanos. Por outro lado, apresenta um diferencial considerável em relação aos demais produtos oferecidos no mercado e algumas vantagens para os estabelecimentos que os adquirem.
“Para as empresas em que não são utilizados equipamentos certificados, há uma grande elevação dos custos para obtenção de seguro. Outro ponto a favor da obtenção do selo de qualidade é a influência da cultura norte-americana, pois preferem comprar um produto com segurança alimentar e elétrica atestada, evitando possíveis riscos ao operador e aos seus consumidores, do que comprar um produto sem certificação, mesmo que não seja obrigatório”, diz Pedro Augusto Rodrigues, Engenheiro Mecânico da Prática Fornos, uma das primeiras empresas a garantir o selo ETL em território nacional.
Além disso, há também uma diminuição significativa dos custos em razão da certificação ser feita no Brasil, o que aumenta a competitividade de produtos de empresas brasileiras no mercado exterior. “Os custos mais baixos na certificação refletem principalmente no nosso preço de repasse ao consumidor final. Quanto menor o custo e o preço do produto, maiores as nossas chances diante dos concorrentes externos, visto que em qualidade de produto podemos nos equiparar”, explica Rodrigues.