O Brasil tem um ambiente de negócio hostil para investimentos em estradas, portos, energia, aeroportos e obras estruturadoras em geral. A conclusão é de pesquisa “Soluções para Expansão da Infraestrutura” realizada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) e Abdib, com 250 empresários e executivos, no último dia 21 de outubro, em São Paulo.
Na visão da maioria dos gestores entrevistados (76%), investir em infraestrutura no Brasil tem risco elevado e acima da média mundial. Já 12% avaliam o segmento com risco elevado, mas dentro da média mundial. E 9% consideram o setor com risco mediano, e enquanto 3% preferiu não avaliar. “Era um resultado esperado, uma vez que um dos elementos essenciais em infraestrutura é ter um ambiente econômico e político estável”, afirma a CEO da Amcham Brasil, Deborah Vieitas.
De forma geral, os empresários seguem com percepção negativa, com 69% avaliando o ambiente para negócios em infraestrutura de forma “Ruim ou Péssima”. Outros 28% enxergam como “Regular”, e 3% como “Bom”.
Os executivos (42%) ainda não percebem melhorias na coordenação dos assuntos relacionados ao segmento no Governo Federal, enquanto 24% notam avanços “em partes”. E 32% já enxergam melhorias no setor com a presidência de Michel Temer.
Na visão de 83%, ainda é insatisfatória hoje a articulação entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em prol dos investimentos estruturadores. E para 67% é problema muito grave a “judicialização” em tornos de obras de infraestrutura – situação na qual o Poder Judiciário acaba sendo demandado para oferecer solução para conflitos no setor. Outros 18% consideram a judicialização um problema de peso leve, e 11% algo natural no processo.
Juros e riscos cambiais
Para diminuir riscos, 82% consideram que a adoção de medidas para conter riscos cambiais será um fator decisivo para o sucesso do plano de concessões. E 92% apontam também o atual patamar da taxa de juros como outro dificutador para atração de recursos e investidores na cadeia.