Quarta, 27 Novembro 2024

Recentemente, em Belo Horizonte (MG), foi realizada a Conferência Nacional Popular, que reuniu representantes de todas as regiões do País, para o lançamento nacional daFrente Brasil Popular, com o objetivo de reunir forças em defesa da democracia, por outra política econômica e em favor de reformas estruturais. Portogente conversou com um dos líderes do movimento, o dirigente do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stédile. Nesta entrevista, ele fala da crise econômica que exige profundas reformar no estado brasileiro.

Portogente - Qual sua visão sobre o momento político do País?
Stédile - Vivemos um momento muito difícil, uma crise econômica, social e política que vai exigir uma grande unidade da classe trabalhadora para preparar um programa comum e sair da crise com proposta, porque do contrário será uma saída neoliberal.

Portogente - Como ficam, nesse processo, a política agrícola e a agroecologia?
Stédile - O governo está no meio dessa crise, está perdido e ao mesmo tempo é um governo de composição, que tem todas as forças sociais ali representadas. Entregou o Ministério da Agricultura para o agronegócio, mas o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) está com uma pessoa [Patrus Ananias de Sousa] de confiança do movimento. E vamos continuar disputando um projeto de desenvolvimento que atenda às nossas concepções de agroecologia, segurança alimentar e ampliação dos investimentos na produção coletiva dos assentamentos e da agricultura familiar. A crise de modelo de produção de alimentos está posta.

Portogente – Em relação à crise econômica, como ela impacta o processo de reforma agrária?
Stédile - A reforma agrária é importante, mas é necessário um conjunto de reformas estruturais, como a tributária e política. A questão é que chegamos a uma situação de crise na sociedade brasileira que nos leva a buscar o entendimento do que vem acontecendo. Nos últimos dois anos a sociedade brasileira ingressou num processo de crise econômica (a economia não cresce, há uma desindustrialização) e somente a indústria e a agricultura pode alavancar o crescimento econômico, de modo a romper com a dependência estrutural da economia brasileira do capital transnacional.

Portogente - Qual a saída?
Stédile – Considero a crise política em curso a mais evidente e a mais difícil de resolver, porque a burguesia sequestrou a democracia e não vai denunciar esse sistema político que ela mesma criou, mas que está falido. Se a raiz está no sistema eleitoral é preciso revê-lo. Outra questão é pensar política para os jovens: ampliar o acesso à universidade e gerar trabalho, além de melhorar a vida nas grandes cidades (moradia, transporte de massa). A mobilidade de classe fez surgir novas demandas, legítimas, as quais o Estado precisa dar conta, ainda que a população não caiba hoje no orçamento do estado brasileiro.

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