Quarta, 24 Abril 2024

Por André de Seixas

Algumas perguntas precisam de respostas. Nós as fizemos ao Ministro Edinho Araújo, mas ele não se dará ao trabalho de respondê-las, fingindo nos ignorar. Porém, sabemos como funciona este jogo e que estamos incomodando. Afinal de contas, políticos brasileiros, já com seus filmes queimados, desacreditados pela sociedade, detestam críticas.

Ao entregar a Cia. Docas do Rio de Janeiro (CDRJ) aos seus colegas de partido (aos leões), ele se mostrou um grande político tipicamente tupiniquim e um Ministro medroso, pois tem plena consciência da besteira que fará e preferiu não bater de frente com esse sistema corrosivo e corrompido da nossa política. Do contrário, não estaria se vitimando, colocando-se como o grande constrangido da história (se é que políticos se constrangem). Aliás, corre pelos corredores da CDRJ a notícia de que o Ofício da troca de Diretor-presidente chegou antes da ligação do Ministro ao atual CEO. Nem a consideração de ligar ele teve. Ele ainda não completou a besteira e ainda dá tempo de revertê-la. Mas, para isso, terá que criar coragem e enfrentar seus colegas de PMDB, em nome da eficiência dos Portos do Rio administrados pela CDRJ e da sobrevivência da própria companhia.  

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Essa dança das cadeiras na CDRJ não é estranha? Em um primeiro momento, o escolhido pelos Deputados Eduardo Cunha e Leonardo Picciani para aparelhar a CDRJ foi o Senhor Leonardo Pimenta Gadelha, segundo o Jornal O Globo. Logo depois, também segundo o jornal O Globo, não se sabe os motivos, veio o nome do pai, o Senhor Alexandre Porto Gadelha, confirmado através do Ofício 977/2015/SEP/PR e já com data prevista de nomeação para amanhã 28/05 durante reunião do Conselho de Administração da companhia (Consad).

 

Diante desses estranhos fatos, algumas perguntas precisam ser respondidas: Por que a direção da CDRJ teve que ser dada a um Gadelha? O que essa família tem de especial? São sumidades em gestão e em recuperação de empresas quebradas? Isso está do DNA dos Gadelha? Serão os Gadelha profundos conhecedores da atividade portuária, uma família de portuários natos, e nós não temos essa informação? Qual a relação dos Deputados Eduardo Cunha e Leonardo Picciani com essa família? Por que tanta devoção dos nossos Exmos. Deputados à família Gadelha?

 

Peguemos como exemplo as nossas vidas de meros mortais, meros cidadãos, que trabalham na iniciativa privada, sustentando os Deuses Deputados e Ministros, que se apoderam do que é público para benefícios particulares, e que sempre nos prejudicam (Estado Inimigo): Suponhamos que nós, meros mortais, sejamos convidados, dentro do contexto da meritocracia, e não da vergonha do apadrinhamento, para ocupar um cargo de diretoria em uma grande empresa privada. Suponhamos também que o convite não seja aceito por nós, por qualquer motivo, que pode ser de foro intimo, por exemplo. Agora vem a pergunta: Essa grande empresa da iniciativa privada convidaria, gratuitamente, nossos pais ou nossas mães para o cargo que recusamos? Seria esse critério  aplicável à realidade da iniciativa privada, ou seja, do mundo dos mortais?

 

Avaliando a situação do país, que parece estar ruindo em meio a gravíssima crise financeira, políticos condenados no mensalão, sendo investigados na operação lava-jato, incluindo os Presidentes da Câmara e do Senado, o que nos intriga é justamente o fato de um sujeito aceitar,sem constrangimento, esse  papel vergonhoso de apadrinhado político, participar de um aparelhamento evidente, ato que vem sendo repudiado pela sociedade, e assumir o lugar de um gestor de carreira da companhia, que está fazendo um bom trabalho, homenageado em 15 de abril pelas comunidades portuária e marítima com um almoço, que assumiu o cargo há pouco mais de 08 meses e com a difícil missão de reerguer uma empresa financeiramente arrasada, justamente por políticos, ou seja, pela mesma raça ruim que ali o colocará.  A atual gestão depende da companhia para viver e, no futuro, ter uma aposentaria digna. Já os apadrinhados, arrebentam a CDRJ e depois vão embora, como se nada tivesse acontecido.

 

Os figurões do setor, que sempre rogam por eficiência, que criticam (genericamente e educadamente, é claro!) o sistema em entrevistas aos jornais, que têm muitas opiniões e sugestões a dar, foram os mesmos que se acovardam e nada falam diante de absurdo como este. Com comunidades portuárias e marítimas covardes e hipócritas como as nossas, sempre estaremos atrasados! Para essas comunidades, fazer parte do “Clube do Bolinha”, estar na cúpula e ficar bem na fita parece mais importante do que defender a eficiência dos nossos portos. Essas comunidades, na verdade, fazem parte desse sistema corrosivo. Essas comunidades fornecem o alimento desse sistema.   

 

Afinal de contas, o que essas comunidades preferem? Brigar por eficiência, ou ficar bem na fita? Se, lutassem realmente pela eficiência e não ficassem batendo palmas por mero protocolo, de certo, estaríamos bem mais evoluídos. Compõem essas comunidades pessoas com teorias e ideias de primeiro mundo, mas que agem como pessoas de terceiro mundo. A verdade é que ninguém quer mudanças na CDRJ, mas os abraços ao novo Presidente serão dados, de forma calorosamente hipocrita, e aos montes. Se bobear, farão um almoço para homenageá-lo.

 

Nesse Brasil vergonhoso, do qual procuramos nos distanciar, é melhor ser bem recebido no Ministério Público (MPF) e no Tribunal de Contas da União (TCU), ter o respeito dessas instituições e o reconhecimento de que estamos fazendo algo para mudar o país para melhor.

 

Apertem seus cintos! A velha CDRJ voltará amanhã, com a chancela do Ministro Edinho Araújo e de seus colegas de partido.

 

Por que a direção da CDRJ teve que ser dada a um Gadelha? Alguém sabe explicar?

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