As companhias aéreas brasileiras estão comprometidas com o desenvolvimento do setor e democratização do transporte aéreo mantendo foco na sustentabilidade das operações. Como essa é também umas das propostas dentro do espírito de uma Copa do Mundo com o menor impacto ambiental possível, a temporada tem sido marcada pelo reforço das ações das empresas voltadas para a redução e compensação das emissões de gases poluentes no transporte dos fãs e profissionais envolvidos com a competição.
Entre as alternativas que contribuem para a obtenção dos resultados desejados estão melhorias aerodinâmicas nas aeronaves (que reduzem o arrasto e, consequentemente o consumo de combustível), o aprimoramento de turbinas para que sejam mais eficientes e emitam menos resíduos, a revisão e atualização de procedimentos com a incorporação de tecnologias que permitem rotas mais diretas, trajetórias mais suaves e de coordenação do tráfego aéreo (diminuindo esperas no ar), além do uso de combustíveis alternativos, menos poluentes, e projetos de compensação de emissões.
A GOL, por exemplo, vai operar 200 voos entre junho e julho, nos dias de jogos da Copa inclusive, utilizando 4% de bioquerosene adicionado ao combustível comum de aviação (QAV). O primeiro dos voos foi realizado entre o Rio de Janeiro (SDU) e Brasília (BSB), no dia 4 de junho, em comemoração à Semana do Meio Ambiente. Na mesma semana, a TAM anunciou que vai compensar 100 mil toneladas de gases de efeito estufa geradas durante os 4,5 mil voos realizados entre as cidades-sede na Copa. Para isso, a companhia vai adquirir créditos de carbono premium em uma operação viabilizada pela consultoria de soluções em mudanças climáticas Sustainable Carbon – Projetos Ambientais.
Para Eduardo Sanovicz, presidente da ABEAR, os avanços na redução de emissões de gases das operações aéreas estão alinhados com a proposta da indústria para o crescimento sustentável do setor. “Esse trabalho deve estar concentrado em uma combinação de fatores, como a utilização de combustíveis com maior eficiência ambiental e, é claro, o controle do volume de emissões. Acreditamos que iniciativas como essas alimentam um ciclo virtuoso que tornam cada vez mais simples e economicamente equilibrada a redução do impacto ambiental. No entanto, é necessário também maior atenção a outros aspectos que freiam o aumento da eficiência das operações e que não estão na gestão das companhias, como a infraestrutura aeroportuária. Precisamos reduzir o tempo de espera das aeronaves em solo, o tempo que as aeronaves mantêm as turbinas ligadas desnecessariamente. Mais pistas e pátios podem ajudar a diminuir sensivelmente a emissão de gases”, explica.
Reduzir as emissões na aviação civil é um compromisso mundial, celebrado pelo ATAG (Air Transport Action Group, ou Grupo de Ação do transporte Aéreo, na tradução para o português), que tem como meta reduzir as taxas de emissões de gases efeito estufa em 1,5% ao ano até 2020. AZUL, GOL e TAM já fizeram voos experimentais com o bioquerosene, mas sem passageiros nas aeronaves.