Após três dias de protestos contra a Portaria 303 da Advocacia-Geral da União (AGU), que trata da demarcação de terras indígenas, índios das comunidades Guajajaras e Awá-Guajá desocuparam nesta terça (05) a Estrada de Ferro Carajás da Vale. O trecho escolhido pelos índios para a manifestação fica entre os povoados maranhenses de Mineirinho e Auzilândia, no município de Alto Alegre do Pindaré.
Foto: O Estado do Maranhão
Protesto dos índios foi pacífico
O transporte ferroviário de minérios foi reestabelecido imediatamente pela Vale, que conta com um grande terminal graneleiro no porto maranhense do Itaqui. Já o transporte de passageiros entre a capital São Luís e Parauapebas, no Pará, será retomado somente nesta quarta-feira (06).
A desocupação só aconteceu devido à agilidade da Vale perante à Justiça, com a concessão de liminar pela 5ª Vara da Justiça Federal de São Luís, que determinou o imediato desbloqueio da Estrada de Ferro. A companhia, eleita por organizações estrangeiras a pior corporação do mundo, alega que a manifestação nada teve a ver com as suas atividades.
Advogado-geral do principal alvo dos índios, a AGU, Luis Inácio Adams destacou durante evento no Palácio do Planalto que a Portaria 303 está suspensa ne aguarda decisão do Supremo Tribunal federal (STF). Adams espera que a ferrovia não seja mais bloqueada e garante que a AGU está aberta para o diálogo com os índios e para auxiliar na criação de um marco legal para a demarcação de terras indígenas.