Na segunda parte da entrevista exclusiva que o diretor de Infraestrutura da Companhia Docas do Estado do Espírito Santo (Codesa), Hugo Amboss, concedeu ao Portogente predomina a indefinição que a atividade portuária capixaba enfrentará a partir de 2013, quando a chamada “Guerra dos Portos” estará oficialmente extinta, sem concessão de benefícios tributários para investidores.
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Além de participar de eventos para atrair novos operadores para o Porto de Vitória, a Codesa aposta nas atividades de apoio à exploração de petróleo, em grande crescimento na região Sudeste. São muitas as oportunidades de negócio, de acordo com Amboss. “Embarque e desembarque de pessoas que vão atuar nas plataformas, toda essa parte de rancho e de equipamentos, de cargas e projetos que são usadas nas plataformas”.
Portogente - A partir de 2013, termina a chamada “Guerra dos Portos”. O que a Codesa planeja para aumentar a movimentação de cargas no Porto de Vitória?
Hugo Amboss - Aqui no Espírito Santo há um incentivo tributário chamado Fundap, que em função de uma legislação que foi alterada, deixará de existir em janeiro. E o que a gente sabe é que o Governo do Estado está buscando alternativas para que a gente possa criar uma sustentação nessa atividade portuária. Particularmente na Codesa, estamos participando de eventos e buscando atrair outros clientes para operar no Porto. E, como temos uma atividade que está em ritmo de crescimento na área do offshore, em função da indústria do petróleo, a gente acredita que conseguirá administrar essa situação a partir de janeiro.
Portogente - De que forma a área de apoio offshore tem ajudado?
Amboss - Nos últimos anos [a demanda] aumentou bastante em função da indústria do petróleo, que tem crescido muito na região Sudeste. E o Porto de Vitória, por ser um porto natural, totalmente abrigado, oferece boas condições para que essa movimentação seja realizada. Sem falar que o pré-sal começou a ser explorado e tem uma perspectiva muito grande para os próximos anos e o Porto tem feito vários investimentos. Estamos com recursos da ordem de R$ 500 milhões do Governo Federal que a Secretaria de Portos colocou aqui. E estamos tocando não só a obra de dragagem, como a obra de ampliação do cais comercial, do porto de águas profundas, que está com o projeto em andamento, justamente para melhorar as condições de infraestrutura portuária e preparar o estado para esse novo desafio no ano que vem.
Portogente - Que tipo de carga é movimentada em função do pré-sal?
Amboss - A indústria do petróleo utiliza o Porto muito para essa parte de sustentação de atividades acessórias. Embarque e desembarque de pessoas que vão atuar nas plataformas, toda essa parte de rancho e de equipamentos, de cargas e projetos que são usadas nas plataformas. Em Vitória, temos duas indústrias que produzem toda essa parte de tubulação que são usadas nas plataformas. Acabou uma coisa agregando valor à outra e gerando mais negócios.
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