Sábado, 23 Novembro 2024

A redução da taxa Selic em 0,5 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central é sadia e sensata, pois deixa o Brasil com uma taxa de juros mais próxima de um dígito. Porém é apenas a correção de um equívoco do governo quando estabeleceu um arsenal macroprudencial no final de 2010 para combater a alta dos preços. A avaliação é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O presidente da FecomercioSP, Abram Szajman, afirma que desde aquele momento a Federação tem alertado o erro conceitual das ações, pois não havia um processo inflacionário por choque de demanda. “Conter inflação proveniente de gargalos produtivos e de fatores pontuais e localizados através de política monetária tradicional custa muito caro em termos sociais e produz um efeito pífio, como estamos vendo no momento” ressalta Szajman.

“Além disso, não havia um processo de super endividamento ou de risco de descontrole de inadimplência, para o qual houve a adoção de medidas restritivas no mercado de crédito”, lembra o presidente da FecomercioSP. Esse mercado está totalmente sob controle e não há evidências de um processo de inadimplência a caminho, segundo análises da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da FecomercioSP. O crescimento da economia global para 2011 estimado em 2010 já era suficientemente pequeno para dispensar preocupações com manutenção de pressões de demanda externas.

2012

A FecomercioSP espera que o Banco Central persiga em 2012 uma taxa de juros básica ainda menor, baixando dos dois dígitos pela segunda vez na história, mas que desta vez seja por um bom período de tempo. A Federação não consegue identificar os motivos pelos quais o Brasil tenha que manter taxas básicas de juros no curto e no longo prazos tão elevadas, pois há situação fiscal favorável, câmbio apreciado, inadimplência e mercado de crédito sob controle, sistema financeiro robusto e saneado, e, funcionamento institucional adequado. Talvez hoje no mundo nenhum outro país se encontre na mesma situação, tão favorável para combinar crescimento econômico sustentável com taxas de juros baixas.

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