Os grandes centros de distribuição das megas cadeias de comercialização de eletrodomésticos, como Casas Bahia, Ponto Frio, Ricardo Eletro e outros tem os seus centros de (re)distribuição junto às rodovias dentro da concepção logística do "cross docking" ou seja, recebem grandes cargas de produtos por caminhões e já redistribuem diretamente para as lojas e outros centros, em função das entregas domiciliares.
Com a ampliação das importações, a origem nacional dessas cargas é cada vez mais o porto, com os conteineres cheios de produtos para serem "desestufados", com a reembalagem e distribuição local dos produtos.
Por que esses conteineres não poderiam vir para um centro de distribuição por ferrovia e ter os produtos redistribuidos por caminhões menores?
Um resposta simples é: porque não existem centros de distribuição atendidos por ferrovias.
Mas em São Paulo há a chamada "orla ferroviária" com muitos armazens servidos por ferrovia e ociosos. A Prefeitura quer desenvolver Operações Urbanas para substituí-los por empreendimentos imobiliários. Por outro lado restringe a circulação de caminhões, dificultando a estruturação logística do abastecimento da cidade, com reflexo sobre os preços para os consumidores.
A orla ferroviária deveria ser restruturada para se tornar um grande polo logístico de redistribuição de cargas, como uma das medidas fundamentais para mudar a matriz de transportes e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.
De pouco adiantam os discursos, metas e mesmo as regulamentações para redução da emissão de GEEs, se não se aproveitam as oportunidades para fortalecer o transporte ferroviário, quando ocorrem as oportunidades.