Sexta, 22 Novembro 2024

Promover a viagem de instrução aos guardas-marinha e mostrar a bandeira nacional nos países visitados, num ato de diplomacia, é a missão do Navio Escola “Brasil”, da Marinha.

 

A embarcação foi construída a partir de projeto desenvolvido pela Diretoria de Engenharia Naval, tendo sido iniciada a sua construção em setembro de 1981, com o batimento da quilha no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. O navio foi lançado ao mar em setembro de 1983 e incorporado à Marinha em 21 de agosto de 1986, ocasião em que foi transferido à Esquadra.

 

A sua tripulação é composta por 29 oficiais, 214 praças e 178 guardas-marinha. A viagem de instrução de guardas-marinha (VIGM) é a complementação de forma prática, dos conhecimentos teóricos adquiridos na Escola Naval, onde os guardas-marinha habilitaram-se nos Corpos da Armada, Fuzileiros Navais e Intendência. O treinamento possibilita ainda um aprimoramento de suas formações culturais.

 

A viagem é o último ciclo na formação do futuro oficial de Marinha. A bordo são ministradas aulas práticas de navegação, meteorologia, armamento, marinharia, operações navais, controle de avarias, administração naval e liderança, além de proporcionar a participação ativa dos guardas-marinha na vida de bordo. A instrução começa desde o momento em que se apresentam a bordo, normalmente uma semana antes do início da jornada e prossegue até o seu término. A viagem de instrução acontece uma vez por ano, com apenas uma turma de guardas-marinha, e dura de quatro a seis meses.

 

O roteiro da viagem é feito todo ano e é aprovado pelo comandante da Marinha. O navio não visita os mesmos países em todas as viagens. Após o regresso, o navio passa por um período de manutenção, a fim de se prontificar para a viagem seguinte.

 

São declarados guardas-marinha os aspirantes que concluem o curso da Escola Naval (ciclo escolar) e realizam diversos cursos e estágios que compõem o ciclo pós-escolar, visando complementar suas formações. A viagem é realizada na terceira fase deste ciclo e é destinada aos guardas-marinha provenientes da Escola Naval.

 

Para ingressar na Escola Naval, os candidatos inscritos passam por um processo seletivo público. Só podem se inscrever, pessoas que tenham concluído o 2º grau e alunos provenientes do Colégio Naval que concluírem o 3º ano escolar com aproveitamento. Atualmente, as mulheres podem realizar a VIGM como oficiais do navio. 

 

Durante o curso da Escola Naval, os alunos são denominados “aspirantes”. Ao final do curso, os aspirantes são declarados “guardas-marinha”. Ao término da viagem de instrução, os guardas-marinha que concluem todo o ciclo pós-escolar com aproveitamento são nomeados segundos-tenentes, que é o primeiro posto na carreira de oficial.

 

Guardas-marinha estrangeiros também integram as turmas a bordo do Navio Escola graças a um programa de intercâmbio da Marinha do Brasil com outras Marinhas. O objetivo é estreitar os laços de amizade com as nações amigas. As Marinhas de vários países recebem convites da Marinha do Brasil para enviar guardas-marinha ou oficiais para participar da viagem de instrução e vice-versa. Os países convidados variam, de ano para ano.

 

Durante o período em que o navio não está realizando a viagem de instrução de guardas-marinha, permanece na cidade do Rio de Janeiro, seu porto sede. No ano de 2004, a cidade de Santos não estava incluída no roteiro da VIGM. O roteiro da próxima VIGM ainda não foi aprovado pelo Comandante da Marinha.


Os alunos passam algum tempo confinados, porém, segundo o Serviço de Relações Públicas da Autoridade Marítima, desde o momento em que ingressam na Marinha, os alunos são preparados para a vida no mar. Durante a viagem, não há assistência psicológica realizada por profissional da área, entretanto há um oficial capelão, encarregado da assistência religiosa e social. A tripulação do navio pode sair de bordo, nos portos visitados, quando não existem atividades profissionais a serem cumpridas.


A Marinha do Brasil já teve vários Navios-Escola, sendo o primeiro, o Benjamin Constant, a partir de 1908. Em seguida vieram o Almirante Saldanha, Duque de Caxias, Custódio de Mello e, no momento, o NE Brasil.

 

No dia 13 de dezembro é comemorado o Dia do Marinheiro. Nesta data nasceu o almirante Joaquim Marques Lisboa, o Marquês Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil. Nesta segunda-feira, houve uma cerimônia militar no navio, presidida pelo comandante, capitão-de-mar-e-guerra Marcos José de Carvalho Ferreira, com leitura da ordem do dia alusiva à data e entrega de condecorações.

 

Veja as características do Navio Escola “Brasil”:

Deslocamento carregado

3.729 ton.

Comprimento total

130,25 m

Boca moldada

13,52 m

Calado médio carregado

4,44m

Calado máximo carregado

6 m

Velocidade de Cruzeiro

15 nós

Velocidade Máxima

18 nós

Autonomia

20 dias

Raio de Ação

7.000 milhas

Indicativo de costado

U 27

Indicativo Internacional

PWBL

Crédito: Foto do NE Brasil gentilmente cedida pelo Serviço de Relações Públicas da Marinha. 

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