O Grupo Cosan S/A. Indústria e Comércio, um dos maiores exportadores de açúcar, álcool e derivados, do mundo, investirá mais de R$ 1 milhão em equipamentos e pessoal para atender as normas do ISPS Code, medida internacional de segurança, em vigor desde o último dia 1º de julho. O custo não estava previsto no orçamento anual da companhia.
Para o diretor da Cosan Operadora Portuária, Carlos Eduardo Bueno Magano, há seis anos no cargo, o ISPS Code é ao mesmo tempo um desafio e uma oportunidade para a iniciativa privada, no comércio exterior. Sustenta que essa mudança nos padrões de segurança é necessária, embora faça críticas ao Governo Federal pela morosidade em definir os parâmetros do novo sistema e por ter imposto um prazo curto às empresas envolvidas para a sua adequação. “Há pouco mais de 30 dias soubemos de maneira clara qual era o plano desejado. O que obriga a iniciativa privada a um esforço muito grande de adaptação às regras”.
O sucesso dos investimentos da COSAN, no Porto de Santos, foi possível, principalmente, pela atuação de Magano que é engenheiro civil e mestre em transporte, pós-graduado em gestão portuária na Universidade de Antuérpia (Bélgica) e soma 30 anos de experiência no complexo portuário de Santos. Profissional com visão avançada e realizador, sempre esteve à frente dos grandes debates para melhorar a eficiência e a atração de carga para o maior porto do Hemisfério Sul.
Magano, que também é presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (SOPESP) há um ano e meio, entende que, apesar do alto custo com a implantação do plano de segurança ser negativo para as firmas, a medida surge como uma oportunidade de melhoria.
O coordenador administrativo da Cosan, Sílvio César Fabrício, afirma que a companhia se organizou em duas etapas para se adaptar ao ISPS Code, devido ao grande volume de serviços e equipamentos a serem adotados. Informa que foram contratados 50 homens para o quadro de segurança. “Vamos fazer o que estamos chamando de cara-crachá”. Há um segurança, em cada acesso ao cais do escritório e dos armazéns, fazendo a identificação das pessoas, verificando se estão autorizadas ou não a circularem nessas áreas, além de checar informações com a central de comando via rádio.
Até o fim do ano serão implantadas 45 câmeras de circuito fechado em todo o sistema de armazéns. As entradas para o cais serão controladas por um equipamento eletrônico chamado cartão de aproximação. Somente terá acesso ao cais e aos navios, pessoal autorizado portando o crachá de identificação.
Segundo Fabrício, quanto à fiscalização dos produtos, o transporte a granel não possibilita a movimentação de uma possível bomba ou qualquer outro material e, em se tratando de contaminação, esclarece que já é praxe da empresa colher amostras do produto transportado de cada caminhão para análise de laboratório com a finalidade de verificar se o mesmo está dentro das especificações exigidas pelas autoridades competentes.
De acordo com Fabrício, serão investidos cerca de R$ 1 milhão em equipamentos de segurança fora a contratação de pessoal que deve acrescentar à folha de pagamento da empresa importância em torno de R$ 120 mil/mês. Recursos que não estavam previstos no orçamento anual. “Um impacto muito grande para a empresa”, ressalta.
O terminal de granéis da Cosan, além de armazenar e embarcar o açúcar de exportação do Grupo, também presta serviços a outros exportadores do produto, no país. Com isso, Fabrício afirma que os investimentos em segurança refletirão nos custos dos serviços para os clientes. Embora, acredite que esse repasse não afetará os negócios da empresa.
A Cosan possui 12 usinas instaladas no interior do Estado de São Paulo, além do terminal, localizado no Porto de Santos. As produtoras têm capacidade para moer 29 milhões de toneladas de cana, produzir 2,5 milhões de toneladas de açúcar e 1,2 bilhão de litros de álcool para exportação. O grupo emprega aproximadamente 20 mil funcionários e mantêm sociedade com o grupo inglês Tate e Lyle na Cosan Operadora Portuária de Granéis S/A e com os grupos franceses Union SDA e SUCDEN, formando a FBA – Franco Brasileira de Açúcar e Álcool S/A.
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