O ministro da Agricultura e Pecuária, Wagner Rossi, que compareceu nesta quarta-feira (10) à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado para dar explicações sobre as denúncias publicadas na revista Veja, não teve muito trabalho em dar explicações. Apesar de vários senadores terem protocolado requerimento pedindo a presença de Rossi, o ministro de Dilma Rousseff recebeu mais elogios do que questionamentos, em mais uma demonstração de soberania do governo no Parlamento.
Foto: José Cruz/Agência Senado
Wagner Rossi fala sobre denúncias no Ministério da Agricultura no Senado
Wagner Rossi classificou como onda de denuncismo as seguidas acusações que estão sendo feitas a ministros e funcionários e creditou as denúncias sobre seu ministério a “ex-funcionários descontentes”. “As pessoas têm os interesses contrariados, saem insatisfeitas e agora querem atingir o ministério”, afirmou referindo-se a Oscar Jucá Neto, que foi demitido da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e passou as informações para a imprensa.
No entanto, Rossi destacou que não tem problemas pessoais com o ex-funcionário da Conab. “Foi uma questão meramente profissional, ele cometeu um erro e foi demitido por isso. Não vou processá-lo, até porque tenho apreço aos laços familiares”, justificou. Oscar é irmão do deputado federal Romero Jucá Neto, do PMDB de Roraima.
Com relação à denúncia feita sobre fraude na compra de leite, Rossi afirmou ter havido um conluio entre o corregedor da Conab e os advogados da empresa fornecedora. O ministro reiterou que entrou na Justiça com ação anulatória para cancelar o contrato. Quanto ao caso da Gráfica Brasil, o ministro disse que os pagamentos do contrato foram suspensos até o seu vencimento, não causando prejuízos.
O único parlamentar que de fato questionou o ministro sobre as denúncias e não se mostrou satisfeito com as explicações foi Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado. “Nesse governo há o propósito de transferir responsabilidades que deveriam ser compartilhadas. Vou protocolar requerimento para que os senhores Júlio Froes, Milton Ortolan e Oscar Jucá Neto também compareçam nessa comissão”, prometeu Dias.
O parlamentar ainda anunciou que a oposição já protocolou um pedido para que o Ministério Público apure o caso. “Nessa situação, está sendo a mesma coisa do que colocar o cabrito para cuidar da horta. As investigações feitas pela Controladoria Geral da República (CGU) não estão trazendo resultado algum”.