Após avaliar os estudos que realizou para detectar as suas necessidades de transporte marítimo para o período de 2010 a 2020, a Petrobras traça seu planejamento estratégico com o intuito de fortalecer a atuação no mercado internacional e incentivar a cabotagem e a construção de estaleiros em território brasileiro. Durante a apresentação do balanço sobre o programa Empresas Brasileiras de Navegação (EBN), realizada nesta quarta-feira (2), no Rio de Janeiro, o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa, disse esperar que a Petrobras diminua paulatinamente a dependência externa no atendimento ao transporte de cabotagem, que hoje representa 80% do transporte marítimo realizado pela companhia.
Na primeira fase do EBN, a Petrobras contratou 19 navios a partir de afretamento de longo prazo - pelo período de 15 anos. Todas as embarcações serão entregues até 2014 e obrigatoriamente construídas por empresas brasileiras, em estaleiros estabelecidos em território nacional. Na segunda fase do programa, o EBN2, a estatal contratará mais 20 embarcações, desta vez com prazo de entrega de 2013 a 2017.
Diante de tamanha demanda, Costa ressalta a necessidade de incentivar a criação de estaleiros em todo o País. “As encomendas não vão parar. Tem muitos supply boats e plataformas para construir, além do Promef e EBN [programas da Petrobras]”. Ele aconselha de modo recorrente que empresários brasileiros e estrangeiros invistam na indústria naval brasileira. “Para eles tenho três sugestões: faça um estaleiro, faça um estaleiro e faça um estaleiro”.
O gerente-geral de Transporte Marítimo do Abastecimento da Petrobras, Rogério Figueiró, ressaltou o papel da companhia de se antecipar ao mercado e criar condições para que a economia brasileira possa se desenvolver. Segundo ele, a grande quantidade de terminais da Petrobras ao longo da extensa costa brasileira obriga a estatal a fazer mais investimentos em transporte marítimo do que as concorrentes estrangeiras do setor do petróleo.
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