Foto: Fernando Cunha
O Projeto Norte-Competitivo, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), detectou que os nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Maranhão, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) não estão integrados e necessitam implantar uma política com cronograma e objetivos definidos para diminuir os custos logísticos que hoje atingem R$ 17 bilhões. De acordo com o autor da pesquisa, Olivier Girard, além de faltar comunicação entre a indústria e o governo dos nove estados, eles ainda vão buscar mercadorias para consumo na região Sul.
* Hidrovia Juruena-Tapajós é prioritária para reduzir custos na Amazônia Legal, conclui estudo
Atualmente, a Amazônia Legal conta com 51 portos, muitos deles sucateados. O estado do Pará possui grande potencial portuário, mas por falta de obras de modernização vê parte de sua produção ser exportada por portos longínquos, fator prejudicial à competitividade. A instalação de terminais graneleiros nos portos de Santarém e de Vila do Conde há muito é planejado, mas os editais ainda não foram lançados e os empreendimentos só devem começar a operar a partir de 2013.
Detalhes do projeto de construção do Terminal de
Múltiplo Uso (TM2) no Porto de Vila do Conde, no Pará
Girard considera que há obras “fáceis” de tirar do papel e que podem rapidamente gerar um imenso ganho de competitividade à Amazônia Legal. Como exemplo, ele cita a dragagem do Canal de Quiriri, no Pará, que já tem o projeto conceitual elaborado. Com a obra, calculada em R$ 180 milhões, o Porto de Vila do Conde teria todo o seu canal de navegação aprofundado para 18 metros e poderia receber navios capesize, garantindo a redução do frete marítimo. Outro importante investimento de baixo custo seria a construção de um porto fluvial no município de Miritituba. A previsão é de que R$ 7 milhões viabilizem a implantação do terminal e amplie o potencial de integração da hidrovia Juruena-Tapajós.
Outro objetivo da indústria do Norte do País é transferir boa parte do tráfego das rodovias para as hidrovias e equilibrar a matriz de transportes. Girard lembra que a relação de emissão de monóxido de carbono nos transportes é de 1 para hidrovia, 10 para ferrovia e 50 para rodovia. Em caso de sucesso, a Amazônia Legal verá o aprimoramento do sistema de transportes se traduzir em mitigação do impacto ambiental e de melhoria da qualidade de vida da população.