Cansados de somente correr atrás de apoio político e financeiro para maximizar os lucros e garantir o desenvolvimento do Brasil, empresários e agricultores partiram de vez para o ataque e entraram para valer no mundo da política, aumentando de forma expressiva a participação no Congresso Nacional para a próxima legislatura.
Em vez dos atuais 122 empresários na Câmara dos Deputados, baterão ponto em Brasília semanalmente 146 representantes do setor, que ainda contará com 11 senadores. A bancada ruralista, por sua vez, uma das mais tradicionais da política brasileira, contará nos próximos quatro anos com 236 deputados e dois senadores.
Em comum, tanto empresários quanto ruralistas pretendem discutir com os demais políticos temas como os gargalos logísticos nos portos, os problemas envolvendo as estradas, em especial no Nordeste brasileiro, e a ausência de políticas públicas que incentivem a multimodalidade no transporte, o que encarece a produção nacional.
Um dos nomes mais conhecidos entre os eleitos no último dia 3 está o agora senador Blairo Maggi (PR-MT). Depois de governar o estado de Mato Grosso por oito anos, ele promete levar ao Senado as reivindicações do produtor de soja. E Blairo pode falar bem sobre o tema, pois sua família é dona da maior empresa do ramo no mundo.
“Os empresários, durante um tempo, ficaram afastados da política e cobravam à distância respostas para os seus problemas. Só agora perceberam que podem fazer parte do processo democrático e, sendo eleitos pelo povo, lutar diretamente pelo que lhes convém. Cabe ao eleitor eleger números equivalentes de quem emprega e de quem é empregado”, analisa o cientista político Sérgio Manfredini.
