O aprofundamento do canal de navegação do Porto de Santos, em São Paulo, de 13 para 15 metros, exige grandes cuidados por parte da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp). Para possibilitar o tráfego de navios modernos e de grande calado, não basta a simples retirada de sedimentos no centro do Estuário. Os berços nos quais os navios atracam para carregar ou descarregar mercadorias também serão aprofundados e, para isso, precisam receber um reforço apropriado em suas estruturas.
Dos 49 berços públicos administrados pela Autoridade Portuária, apenas “seis ou sete” não vão precisar passar por obras, afirma o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras da Codesp, Paulino Moreira da Silva Vicente. Dessa forma, será preciso reforçar dezenas de berços ao longo dos 13 quilômetros de cais do porto santista.
A draga Xin Hai Hu está dragando permanentemente o canal de
navegação do porto santista com extensa tripulação chinesa a bordo
A estatal está preparando projetos para entrar com a solicitação de licenciamento ambiental para os reforços. A intenção da diretoria é realizar as obras simultaneamente à conclusão da dragagem de aprofundamento do canal de navegação. Os projetos para a reestruturação dos berços de terminais privados serão elaborados pelas respectivas arrendatárias.
Ais Giorgis
Outra importante intervenção a ser realizada pela Codesp é a retirada dos restos do navio Ais Giorgis. O cargueiro grego foi incendiado durante três dias e três noites no canal do Estuário do Porto de Santos em janeiro de 1974, após uma combustão espontânea em uma carga de produtos químicos.
Apesar de partes do casco do navio já terem sido retiradas ao longo dos últimos 36 anos, ainda há bastante material submerso em frente ao armazém 14. De acordo com Paulino, a Autoridade Portuária deve publicar o processo licitatório para a retirada do casco da embarcação neste mês de setembro. Ele calcula que o serviço deve levar sete meses.