O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou segunda-feira (17), em Brasília, estudo detalhado sobre as necessidades e os desafios que envolvem os portos brasileiros. O cenário não é dos mais animadores. As obras destinadas aos portos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, irão sanar apenas 23% dos problemas mais urgentes, como reformas de acessos rodoviários e ferroviários, dragagens e ampliações de áreas para movimentação de cargas.
Segundo o coordenador de Desenvolvimento Urbano do IPEA e um dos autores do estudo, Bolívar Pego, existem reclamações por parte dos usuários do sistema portuário nacional de que é necessário modernizar o processo de gestão, buscando mais eficiência gerencial e qualidade no atendimento ao cliente. Cabe à administração pública buscar reduzir os entraves burocráticos para liberação de cargas e maior articulação entre as diversas autoridades públicas.
“Identificamos 265 obras que se fazem necessárias nos portos brasileiros e, juntas, elas exigem R$ 42,8 bilhões em investimentos. Mas somente R$ 9,8 bilhões estão presentes no PAC. Outro dado interessante é que, em 2008, dos investimentos públicos federais realizados em transportes, só 17% foram destinados ao segmento hidroviário. Além disso, a burocracia e as greves interferem na liberação de cargas e há uma clara falta de integração entre as entidades que atuam no setor”.
O estudo do Ipea mostra também que entre as demandas portuárias a mais contemplada pelo PAC é a das dragagens, sendo prevista a realização de 55,3% das obras necessárias, seguida pelos acessos terrestres, que cobrem 39,2% dos gargalos identificados.
Leia aqui o estudo na íntegra.