Quinta, 25 Abril 2024

O perigo ronda as estradas paulistas. 30% das carretas e caminhões que transportam cargas perigosas pelo estado apresentam algum tipo de irregularidade. A informação é do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), órgão responsável por inspecionar se as características dos veículos, tanques e demais equipamentos que armazenam cargas perigosas estão de acordo com a regulamentação do Inmetro, o Instituto Nacional de Metodologia, Normalização e Qualidade Industrial. Na última semana, PortoGentedenunciou a utilização de rótulos de risco incorretos nos veículos, o que atrapalha no atendimento em caso de acidente.

De acordo com o responsável pelo serviço de inspeção e capacitação de veículos no transporte de produtos perigosos do Ipem, Valdir Volpi, o sistema Anchieta-Imigrantes, que dá acesso ao Porto de Santos, é um dos locais onde a fiscalização é maior. A razão é o grande número de carretas com cargas perigosas que circulam pela região. “Realizamos fiscalizações sistemáticas em todo o estado. Mensalmente são oito fiscalizações, no mínimo”.

 

Nas inspeções realizadas no primeiro semestre deste ano, 1.192 caminhões foram parados e tiveram suas condições verificadas. Deste total, 384 atuavam de forma irregular. “Alguns apresentavam infrações graves, como vazamento em válvulas ou comprometimento dos freios”. Volpi explica que também são encontrados problemas menos graves, como ausência de buzina ou portas trincadas. Mas, de acordo com ele, qualquer irregularidade pode comprometer a segurança do veículo e das rodovias no qual circula.

O percentual exato de 32,21% veículos reprovados é ainda mais assustador quando analisado que as blitz verificaram pouco mais de mil dos cem mil caminhões que transportam produtos perigosos pelas estradas do País. O dado demonstra a necessidade de ampliação da atuação dos órgãos fiscalizadores e a necessidade imprescindível de treinar, informar e inspecionar.

 

Para Volpi, que tem formação de engenheiro, as conseqüências de um acidente envolvendo produtos perigosos podem ser gigantescas. “Imagine um vazamento de amônia na hora do rush na Avenida Bandeirantes (na capital paulista)”. Nem é preciso imaginar. Em 5 de setembro último, uma colisão entre duas carretas causou o derramamento de amônia na avenida citada por Volpi. Embora a ocorrência não tenha gerado vítimas, mesmo com a rápida ação da Cetesb e do Corpo de Bombeiros, três das quatro faixas da avenida foram interditadas e um grande congestionamento se formou na região. Segundo o técnico do Ipem, não há como indicar quando um vazamento causará explosão, contaminação ou vítimas. “A extensão é sempre imprevisível”. Por isso, a prevenção é o método mais eficaz.

 

·         Leia mais sobre a atuação do Ipem

 

Acidentes

Segundo o gerente do Centro de Operações de Emergência da Cetesb, Jorge Luiz Nobre Gouveia, 39% das ocorrências com produtos perigosos no estado de São Paulo acontecem no transporte rodoviário. Os demais acidentes se dividem entre armazenamento, incidentes em postos de combustíveis e com outros tipos de transporte. “Em razão do desenvolvimento econômico, há muitos quilômetros de estradas e grande circulação desse tipo de veículo. Isso coloca em risco a segurança das comunidades”.

  Foto: www.ibama.gov.br 

A Cetesb contabiliza 2.721 atendimentos de emergência química em rodovias e vias urbanas paulistas desde 1983. Desde 1999, a média varia em torno de 200 acidentes. Até julho deste ano, foram 127 ocorrências com a participação da Companhia (veja estatística completa). Os líquidos inflamáveis – como o álcool e a gasolina – lideram os números com 37,9% dos atendimentos, seguidos pelos corrosivos (20,6%). Substâncias não identificadas ou não classificadas aparecem em 15,9% dos acidentes, número que gera apreensão pelo fato da necessidade de saber com qual produto se está lidando para executar o atendimento corretamente. E mais: em 63,6% dos casos houve contaminação do meio ambiente, sendo o solo o meio mais afetado em 35,5% das ocasiões. A água, o ar, a flora e a fauna também não escapam ilesos de ocorrências com produtos perigosos;

 

O risco principal dessa infinidade de contaminações, explica Gouveia, estão na saúde e na segurança da população que mora em torno dos locais que registram maior número de acidentes. “E, além disso, um acidente envolvendo produto perigoso envolve vários órgãos públicos para liberação do local para o trânsito de veículos. Pode levar dias para a liberação do local”, avisa sobre os riscos de comprometer a logística de transportes, já bastante fragilizada em todo o País.

O técnico da Cetesb afirma que, com base na medição da concentração de líquidos, gases e vapores, verifica-se a necessidade da evacuação da população local, o que pode causar transtornos indesejáveis. “O que a gente nota é que boa parte dos acidentes tem como causa diversos aspectos como, por exemplo, a falha humana e a falha na manutenção do veículo”. Para a diminuição dos acidentes, ele pede que as rodovias formulem planos de ação em casos de emergência e que, posteriormente, apresentem à Cetesb para um trabalho em conjunto. “As concessionárias (das rodovias) precisam ter essa consciência em relação aos produtos perigosos”. 

Enxofre no Porto
Volpi alerta, também, para a execução irregular do transporte de enxofre nas imediações do Porto de Santos. “Os caminhões que transportam enxofre, em sua maioria, se encontram em condições muito precárias. Mas quando a gente vai fazer a fiscalização, um (caminhoneiro) avisa o outro e a gente não consegue pegar”.

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