Sexta, 18 Julho 2025

Energia elétrica no campo: insumo estratégico para o futuro do agro

Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC)

Presidente da Faesc e Senar/SC

A agricultura brasileira é dinâmica, sustentável e reconhecida mundialmente por sua eficiência, garantindo a segurança alimentar de uma nação com mais de 200 milhões de habitantes e exportando excedentes que fortalecem a economia nacional e alimentam cerca de 1 bilhão de pessoas em todos os continentes. Contudo, para que esse sistema continue a cumprir sua missão estratégica, é imprescindível preservar as condições de produção — especialmente um insumo cada vez mais oneroso: a energia elétrica.

A eletricidade no campo deixou de ser acessória para se tornar vital. A demanda eletroenergética do setor agropecuário cresce anualmente, impulsionada pela adoção de tecnologias modernas de irrigação e aquicultura. Em audiência recente na Câmara dos Deputados, discutiu-se o PL 1638/2025, de autoria do deputado Danilo Forte, que propõe a concessão de descontos tarifários para uso de energia em atividades rurais estratégicas. Tal proposta é considerada oportuna e necessária para a sustentabilidade do setor.

A relevância da medida se intensifica após os efeitos do Decreto nº 9.642/2018, que em 2023 extinguiu o subsídio da tarifa rural, elevando os custos de produção em cadeias como piscicultura e avicultura. Em algumas atividades, segundo o projeto Campo Futuro, a energia elétrica chega a representar até 35% do custo operacional, comprometendo a competitividade do agro brasileiro.

A irrigação é um dos pontos mais críticos. 84% dos estabelecimentos irrigados têm até 10 hectares, o que mostra sua importância para pequenos e médios produtores. A tecnologia é essencial para culturas como arroz, feijão, frutas e hortaliças. Sem ela, não só o custo dos alimentos aumentaria, mas também o papel do Brasil como “celeiro do mundo” seria colocado em risco.

Outra discussão pertinente é a flexibilização do horário noturno de irrigação (das 21h30 às 6h). Com a crescente geração solar e eólica, há excedentes entre 11h e 15h — horário em que operações hidráulicas poderiam ocorrer com mais eficiência e menor custo, desde que tarifas específicas incentivem essa prática.

Reduzir o custo da energia elétrica no campo é uma questão estratégica. Não se trata apenas de beneficiar produtores, mas de proteger o abastecimento alimentar, conter a inflação e garantir o protagonismo do Brasil na produção sustentável de alimentos. A FAESC e a CNA defendem com veemência a aprovação do PL 1638/2025, porque a disponibilidade de energia acessível no meio rural é a base para a continuidade do agro brasileiro.

Na foto: José Zeferino Pedrozo - Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SC).

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