Durante palestra, Magno Maciel, que possui jornada na Open IA, falou sobre as possibilidades que a IA traz para o empresariado e os impactos na sociedade
As possibilidades de crescimento empresarial com uso da Inteligência Artificial (IA) e como essas tecnologias podem atingir a sociedade foram temas debatidos na palestra gratuita com título "Inteligência Artificial para Grandes Empresários", realizada no dia 28 de fevereiro último, por Magno Maciel. O evento foi promovido pela Construtora Andrade Ribeiro, em Curitiba, com a presença de cerca de 150 pessoas, principalmente empresários de diferentes setores.
Magno Maciel durante palestra em Curitiba sobre IA. Crédito: Divulgação | Talita Macedo.
Magno possui jornada na Open IA, empresa fundada por Elon Musk e uma das referências no desenvolvimento de tecnologias com IA no mundo, como o já conhecido Chat GPT. O tema, segundo o especialista, interessa ao ambiente corporativo devido às perspectivas de desenvolvimento econômico. Ele cita um estudo capitaneado pelo Fórum Econômico Mundial que aponta que o Produto Interno Bruto (PIB) mundial deve ter um incremento de 7% ao ano graças aos investimentos em IA.
Essa possibilidade, segundo o especialista, é reflexo do crescimento das empresas que usam essas tecnologias para seus processos produtivos. "O aumento do PIB é derivado de uma série de transformações que acontecem para que a gente tenha esse incremento. A questão é: com base nisso, como podemos tornar as indústrias e empresas mais eficientes? Se incrementarmos esse crescimento, mesmo que pouco, produzimos mais riquezas, demandamos menos insumos, entregamos produtos de forma mais eficientes para as pessoas certas e evitamos desperdícios. Toda essa otimização na cadeia de valor é o que eleva a economia global a um patamar tão alto", diz.
Como investir em IA
Durante a palestra, Magno mostrou um histórico sobre a IA no mundo, e apontou que a ideia não é nova. Pelo contrário: segundo ele, os estudos sobre a possibilidade de máquinas reproduzirem comportamentos humanos vêm de meados do século 20. Mas os produtos desenvolvidos com IA se tornaram mais palpáveis aos usuários finais entre o final da segunda e início da terceira década do século 21. "O que nós vimos com o advento de produtos como o Chat GPT foi a IA estar presente em nosso dia a dia, no celular por exemplo, ou na rotina profissional. Agora que estamos muito próximos a ela, podemos saber o que é possível fazer com ela", explica.
Aos poucos, conforme disse o especialista na palestra, as empresas tomam coragem para que ferramentas de IA ganhem mais protagonismo na execução de tarefas. Magno reconhece, entretanto, que a introdução de ferramentas que tragam essa tecnologia no dia a dia empresarial não acontece de uma hora para outra. Em um cenário ideal, explica, as empresas poderiam investir nesses produtos de forma que dividam os esforços com a inteligência humana.
Mas isso, segundo Magno, deve ser avaliado conforme a necessidade de cada empresa. "Isso tem muito a ver com a natureza da atividade que o empresário encabeça. O fato é que atividades que carregam uma carga cognitiva intelectual maior têm mais possibilidades de internalização da IA. Porém, atividades mais operacionais terão menos abertura", pondera.
O engenheiro civil Maurício Wildner da Cunha, da Construtora Andrade Ribeiro, dá como exemplo a área de Construção Civil quando o assunto é a aplicação da IA. "Sabemos da importância de profissionais que atuam diretamente na obra e isso não se pode substituir por uma inteligência artificial. Mas os produtos com essa tecnologia podem auxiliar em ideias e produção de projetos da área para os especialistas, seja na construção ou na arquitetura, por exemplo", comenta.
Impactos a serem avaliados
No evento, o especialista aponta que empresas como a Open IA, que desenvolvem tecnologias com IA, também avaliam possíveis impactos para a sociedade com o desenvolvimento e utilização desses produtos. Entre as questões que precisam ser observadas estão a cibersegurança, impacto no mercado de trabalho, a propagação dos preconceitos e a manipulação das democracias no mundo. Por isso, Magno acredita que o melhor é que o tema seja estudado por vários atores da sociedade para seu melhor uso e evitar a exclusão social.
"Como todo risco, a melhor forma de mitigar é tendo conhecimento sobre o que ele é, ou o que dá origem aquilo. Nós estamos literalmente passando por um momento em que existe uma importância de termos uma certa alfabetização do que é a Inteligência Artificial. Isso precisa ser trazido para as salas de reuniões, salas de aula e na sala dos governantes para que possamos trazer a temática para o dia a dia", avalia.
O engenheiro civil ainda completa que esse tipo de palestra realizada em Curitiba pode contribuir para esse debate sobre a importância da IA e seus impactos. “Nós do setor produtivo temos essa dupla questão na sociedade: pensar no crescimento e na empregabilidade. Quando usamos algum produto com esse viés, é necessário analisar todo o cenário para sua aplicação”, diz.