Fundador da Showdesign explica que possibilidades são diversas, mas é preciso que tecnologia seja mais acessível
Metaverso é o nome dado para uma espécie de mundo virtual que replica a realidade em dispositivos. Trata-se de um espaço coletivo que vem sendo cada vez mais analisado e que já é realidade no mercado de eventos, porém, seu uso está apenas no começo.
Rogério Fernandez. Crédito: Divulgação.
Para Rogério Fernandez, especialista em gestão e organização de eventos e fundador da Showdesign, o Metaverso está sendo usado timidamente, em apenas cerca de 5% de sua real capacidade. “É como se estivéssemos em uma fase de validação. Ainda falta muito hardware, e equipamento para acontecer de forma correta”, explica.
Fernandez explica que, atualmente, por conta do pouco uso, o Metaverso ainda não traz muitas mudanças para os produtores de evento, mas é importante que todos os que trabalham na área estejam atentos, já que ele pode modificar algumas formas de apresentação, proporcionar tipos diferentes de eventos e até transformações no perfil de clientes.
“Quando o Metaverso estiver implantado ou em versões beta, será preciso ter uma boa internet e sistemas adequados para que as pessoas do outro lado consigam captar, visualizar e ouvir a mesma experiência de uma pessoa no presencial, se estivermos pensando em eventos híbridos. E, se acontecer tudo online, também serão necessárias algumas tecnologias”, opina.
O especialista acredita que será possível usar as possibilidades do Metaverso de diversas formas no mercado de eventos no futuro. “Mas antes é preciso entender a intenção do evento como um todo. Dá para usar tanto com palestras, quanto com pequenos shows, feiras, exposições e muito mais”, afirma.
Mas e a experiência, como fica? Para Fernandez, realizar eventos no Metaverso não trará a mesma experiência dos eventos reais, serão experiências diferentes. “Por exemplo, se você está em um show, ou estádio, e as pessoas estão cantando, não dá para dizer que vai ser a mesma coisa no Metaverso, mesmo com o áudio sendo captado. São formas diferentes que vão te dar facilidade de estar, por exemplo, no Qatar, assistindo à abertura da Copa, sem estar de fato lá”, destaca.
O CEO da ShowDesign acredita que artistas e palestrantes ainda não assimilaram bem as potencialidades do Metaverso. “Teremos muitos avanços na área de games, de pocket shows, de comunidades privadas com artistas e mentores, feiras e exposições, e etc. E inclusive com relação a atendimento. Será possível entrar nas lojas e tirar dúvidas no ambiente virtual, usando avatares em vez de chat. Para grandes festivais, porém, acho que ainda leva alguns anos”, explica.
Fernandez explica que a tecnologia necessária, para que o Metaverso possa ser usado por mais pessoas, ainda está muito incipiente. “Ainda tem muito hardware para ser desenvolvido e muito tempo para ficar num custo acessível. A tecnologia só é absorvida de verdade quando a população pode adquirir. Acredito que será algo para os próximos anos e trará certamente muitas possibilidades para o mercado de eventos”, conclui.