A movimentação portuária de combustíveis e óleos minerais atingiu em outubro a maior quantidade no ano de 2022. Segundo levantamento do DATaPort, banco de dados do setor portuário da ATP (Associação de Terminais Portuários Privados), foram 27,9 milhões de toneladas movimentadas, um crescimento de 4,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os Terminais de Uso Privado (TUPs) tiveram participação decisiva, sendo responsáveis por 81,7% da movimentação desse tipo de carga. Os portos públicos e privados apresentaram seus melhores números históricos de outubro, com 5,4 e 22,5 milhões de toneladas movimentadas no mês, respectivamente.
Entre os terminais privados com maior crescimento no período, estão o Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (Transpetro), com crescimento de 57,3% e 6,2 milhões de toneladas movimentadas; o Terminal de petróleo da Vast Infraestrutura (no Porto do Açu), com crescimento de 37,8% e 3,8 milhões de toneladas movimentadas e o Terminal de Almirante Barroso (Transpetro), com crescimento de 8,3% e 5 milhões de toneladas movimentadas.
O presidente da ATP, Murillo Barbosa, lembra que os terminais privados historicamente comandam a movimentação de granel líquido. Segundo ele, no comércio exterior, houve um reaquecimento na demanda global do petróleo em outubro, motivado principalmente pelo aumento nas atividades de compra de países como China, Estados Unidos e Índia.
“Esse fenômeno pode ser observado nos índices de exportações brasileiras do período, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Os cinco maiores destinos de combustíveis brasileiros por via marítima foram: China, Índia, Singapura, Holanda e Estados Unidos”, destaca Barbosa.
Outro fato Importante foi o avanço da demanda mundial (+1,7 milhões de barris por dia que o ano anterior) não acompanhar a produção global, que apresentou um declínio de 228 mil barris por dia comparado ao período anterior. Grandes produtores como Russia e Arábia Saudita viram sua produção abaixo de metas estabelecidas para o período, explicando o contexto da produção global.
No Brasil, segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), acontece justamente o oposto da tendência mundial. Outubro teve a maior produção já registrada nacionalmente, tanto de petróleo quanto de gás natural. Foram 3,24 milhões de barris por dia de petróleo e 148,7 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural, com crescimentos de 16,8% e 12,9% em relação ao ano anterior, respectivamente. Grande parte dessa produção é da Petrobrás; já que a empresa foi responsável por cerca de 90,8% do total produzido nacionalmente, com 75,2% desse montante vindo do pré-sal.