Fortalecida pela adesão de novas entidades e movimentos sociais, a Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos realizou, nesta terça-feira (09), na Câmara dos Deputados, audiência pública para ampliar sua atuação nos estados, capitais e municípios brasileiros. As propostas foram apresentadas por parlamentares, entidades representativas dos bancos públicos e movimentos sociais.
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O deputado federal Zé Carlos (PT-MA), coordenador da Frente e presidente da mesa, destacou a importância da missão atribuída às instituições. Para ele, as agendas compartilhadas darão condições de unir forças nos estados, mas também no Congresso Nacional. "É importante colocar os parlamentares à disposição nos eventos de mobilização", pontuou.
O presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira, estimulou que cada representante possa se tornar um agente disseminador da defesa dos bancos públicos. Ele lembrou que a Frente é composta por mais de 200 parlamentares de diversos partidos, além de instituições que representam os bancos públicos e os movimentos sociais, como o de moradia. "Se temos um grande movimento, precisamos conversar com os usuários dos bancos e abrir mais espaço para o debate", afirmou.
Entre as propostas apresentadas, a deputada federal Érica Kokay (PT-DF) sugeriu a criação de um observatório para a produção de conteúdos que abordem assuntos e denúncias relacionadas às ações empreendidas pelo governo federal que representem ameaça de privatização das estatais. "É preciso estabelecer meios para que todos os ataques possam ser denunciados e, a partir daí, esses conteúdos sejam distribuídos para redes de entidades sindicais e de parlamentares para que nós tenhamos ação destas nos estados também", sugeriu a deputada.
Já o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) avaliou o trabalho da Frente Parlamentar. "Temos que fazer a defesa do patrimônio público brasileiro porque o que estamos vendo acontecer é a implementação de um programa de desmonte no conjunto das garantias sociais para que o nosso país não tenha um desenvolvimento soberano", disse.
Estiveram presentes também os deputados federais Paulo Guedes (PT-MG), Assis Carvalho (PT-PI), Paulo Teixeira (PT-SP), João Daniel (PT-SE) e José Ricardo (PT-AM), Bohn Gass (PT-RS). Também participaram a Secretaria de Cultura da Contraf-CUT, Fabiana Uehara, o diretor de Administração e Finanças da Fenae, Cardoso; e o coordenador do CEE (Comissão Executiva de Empregado) da Caixa, Dionisio Reis, também diretor da Fenae.
O Banco da Amazônia, que completa hoje 77 anos, teve seu papel ressaltado pelo presidente da Associação dos Empregados do Banco da Amazônia (AEBA), Silvio Kanner. "Em 1942, em um esforço de retomar a produção dos seringais nativos na região amazônica, nasceu o banco e, de lá para cá, tem cumprido a missão de ser o agente de financeiro do governo federal naquela imensa região", disse Kanner.
Ao falar do crescimento da economia local em decorrência do cultivo do açaí, Kanner defendeu a presença do Banco da Amazônia e Banco do Nordeste na região. "O Banco da Amazônia já aplicou R$ 50 bilhões na economia da região Norte, R$ 7 bilhões apenas na agricultura familiar. Esse conjunto de operações já gerou quase 4 milhões de habitações. Falamos muito de emprego, mas na zona rural, os pequenos negócios geram muitas ocupações e isso é relevante para a população brasileira".