Sexta, 29 Novembro 2024

A segurança de um sistema de frenagem pode fazer toda a diferença para o motociclista e salvar vidas. Apesar de representarem apenas 27% da frota nacional, os acidentes com motos responderam por 74% das indenizações pagas pelo Seguro DPVAT ao longo de 2017. Uma boa parte desses acidentes poderia ser evitada. Nos EUA, por exemplo, as motos equipadas com sistema de freios ABS respondem por 28% menos acidentes fatais em cada 10 mil motos registradas. Já na Alemanha, um estudo mostrou que 47% dos acidentes com moto são causados por frenagem com falha ou hesitante, problemas resolvidos pelo ABS.

frenagem

Mudanças na legislação devem alterar o panorama de acidentes com motos ao longo das próximas décadas. Até 2019, todas as motocicletas deverão ser equipadas com freios ABS como o dos carros, que evita o travamento das rodas, ou com o CBS, que distribui proporcionalmente a força de frenagem para as duas rodas, a fim de garantir uma desaceleração rápida e segura conforme determinação do Conselho Nacional de Transito (Contram).

Apesar das inovações tecnológicas, o condutor deve estar atento às regras de trânsito e conduzir sua moto de maneira a garantir a segurança nas vias brasileiras. “De forma geral, a utilização dos freios traseiros é preferível ante os dianteiros, principalmente em baixas velocidades e levando garupa no trânsito urbano”, orienta Marcelo Gama, instrutor do Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest-Senat) de São Vicente (SP). Segundo ele, locais como postos de gasolina, pedágios, estacionamentos, cruzamentos e faixas de pedestres são áreas de alto risco principalmente com pisos molhados, com pedriscos, restos de fluidos diversos (de freios, óleo, entre outros), poeira e areia. São áreas com maiores possibilidades de travamento das rodas e quedas.

O instrutor lembra ainda que o início da chuva, garoa ou neblina tornam a via “ensaboada” e aconselha até mesmo parar o veículo. “São muitas as variáveis a serem consideradas na frenagem. O motorista deve levar em consideração o tipo de pista e aderência. A calibração dos pneus e a profundidade dos seus sulcos também influenciam na frenagem”, aponta Gama.

Por isso, ele recomenda sempre verificar o estado de conservação e a calibragem dos pneus. Antes de qualquer viagem, deve-se checar ainda o funcionamento de todos os comandos do veículo e lembrar sempre de conservar a corrente regulada e lubrificada. O instrutor traz outras dicas para manter o correto funcionamento dos freios, como a manutenção preventiva do equipamento:

- Verificar e ajustar a folga dos manetes e pedais conforme o manual do proprietário da motocicleta;

- No caso de freio dianteiro a tambor é recomendável observar o estado do cabo de acionamento, se necessita de lubrificação ou troca;

- Ruídos metálicos vindos das rodas é sinal de que as pastilhas estão gastas e podem danificar os discos;

- No caso de freios a tambor, conferir a regulagem dos freios próxima ao cubo das rodas;

- Regular a altura do manete conforme a preferência do piloto, em motos que permitem esta regulagem;

- Verificar o nível de fluido de freio em motos com freio a disco;

- Conferir se o sistema de freios produz algum ruído incomum. Pode ser um sinal de avarias no sistema;

- Colocar a motocicleta no cavalete central (se possível) e girar as rodas para conferir se há algum empeno nos discos;

- Freios com acionamento "borrachudo" podem ser reparados, muitas vezes, com a sangria do sistema de fluido de freio.

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