Sexta, 29 Novembro 2024

A partir de 6 de março, os Correios vão adotar um reajuste médio de 29% no frete de encomendas e, em algumas localidades do país, o valor chegará até 51%. Com o aumento, o custo de um produto enviado de São Paulo para Joinville, por exemplo, passará de 40 reais para 57 reais. Comparado com os 2,95% de inflação em 2017, segundo o cálculo oficial do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, o aumento causou surpresa no segmento de comércio eletrônico. Considerados abusivos, os novos valores de frete vão atingir em cheio as transações realizadas no varejo online, especialmente os vendedores de marketplace, a maioria deles, PMEs. E a conta será paga, consequentemente, pelos consumidores.

Correios

O custo final do frete pode ficar ainda maior, considerando tarifas extras inéditas que serão anunciadas com a nova regra do sistema de cobranças dos Correios. Por exemplo, para as entregas realizadas no Rio de Janeiro, os Correios vão criar uma taxa adicional de 3 reais para cada volume enviado, justificado pela empresa como uma espécie de índice de risco da cidade. Em comparação com o cenário latino-americano, este aumento tornará o frete brasileiro 42% mais caro do que na Argentina, 160% mais caro do que no México e 282% mais caro do que na Colômbia.

O comércio eletrônico é um dos poucos setores que registram um crescimento contínuo ano a ano no Brasil, mesmo em épocas de crise econômica. É um setor que gera empregos e permite oferecer ao consumidor preços extremamente competitivos. Com este aumento abusivo, o consumidor deixará de contar com esses benefícios, e os empreendedores terão dificuldade de manter suas equipes.

Só no Mercado Livre mais de 110 mil famílias têm as vendas no marketplace como sua principal fonte de renda. Essa medida deve prejudicar os mais de 50 milhões de consumidores que compram online no Brasil – principalmente aqueles que vivem em áreas distantes dos grandes centros.

Posicionamento Correios: https://www.facebook.com/correios/posts/1635953523154856

Resposta aos Correios
Ao contrário do que os Correios informaram em posicionamento ontem, o Mercado Livre reforça, novamente, que existem diversas rotas entre cidades fora dos grandes centros que terão um aumento de até 51% no valor do frete. Como as encomendas são entregues em âmbito nacional, não somente entre capitais, o aumento mínimo será de 8% (relativo a envios de capitais para capitais), e a média será de 29%. A título de comparação, fizemos estimativas baseadas no reajuste proposto pelos Correios, tanto para envios entre capitais quanto entre cidades distantes dos grandes centros. Uma postagem de um objeto que pese até 500g, via PAC, e tenha como origem São Paulo-SP e destino Brasília-DF, passará a custar, de R$14 para R$15 (8%). Já um envio de um produto de até 500g que saia de Caxias do Sul-RS e seja enviado, via PAC, para Recife-PE passará a custar de R$ 54 para R$ 82, ou 51% a mais.

Com a postura de levar em conta apenas os envios entre capitais, os Correios ignoram o fato de que o Brasil tem mais de 207,6 milhões de habitantes e, desse total, apenas 24% residem nas capitais, segundo levantamento do IBGE divulgado em agosto de 2017. Logo, o reajuste para encomendas nacionais impactará principalmente os moradores de cidades mais distantes dos grandes centros, indo contra a democratização do comércio e prejudicando milhões de compradores e vendedores que atuam no setor.

Reafirmamos ainda que o Brasil é o país mais caro da América Latina em termos de frete. A comparação entre países que apresentamos (no comunicado inicial sobre a campanha) leva em consideração o envio de um pacote de 500g e a mesma distância de envio (500 KM) dentro desses países, independentemente da extensão de cada um deles.
Caso tenha interesse em repercutir o assunto, podemos agendar entrevista com um porta-voz do Mercado Livre e também PMEs para comentar o impacto desse medida no segmento de comércio eletrônico.

Curta, comente e compartilhe!
Pin It
0
0
0
s2sdefault
powered by social2s

topo oms2

Deixe sua opinião! Comente!