Lucas Donato, supervisor Comercial da unidade de negócio Sabará Químicos e Ingredientes, pertencente ao Grupo Sabará
Você sabia que, em pleno século 21, boa parte dos brasileiros ainda não tem acesso à agua tratada? Segundo dados divulgados no ano passado pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a Consultoria GO Associados, 34 milhões de pessoas vivem no país sem acesso à rede de abastecimento. Ou seja, estamos diante de um quadro gravíssimo de falta de saneamento básico, o que colabora com a disseminação de doenças (como cólera, febre tifoide e hepatites A e E) e interfere diretamente no nosso Índice de Desenvolvimento Humano.
Mas o que pode ser feito para reverter esse cenário? Antes de tudo, é importante que iniciativas privadas e, principalmente, governos entendam que investir em saneamento custa bem menos que cuidar de um paciente internado. Já é de conhecimento que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar gasto com o saneamento básico representa uma economia de US$ 4,3 com a saúde.
O passo seguinte é investir em soluções químicas eficazes, capazes de minimizar os níveis de contaminação da água e de contribuir com a qualidade de rios, lagos, represas e lençóis freáticos. Nesse sentido, empresas nacionais trabalham constantemente no desenvolvimento de sistemas e produtos altamente seguros, como o gás cloro, o meio mais eficaz e barato para prevenir doenças, eliminar parasitas, vírus, fungos e bactérias.
Indicado para o tratamento em estações e também em indústrias de alimentos e bebidas, o gás cloro possui elevado poder biocida e oxidante, o que o torna capaz de penetrar nas membranas celulares, remover biofilmes e inativar os micro-organismos. Por isso, a cloração nas estações de tratamento responde a uma importante etapa do processo de potabilidade e, consequentemente, permite que a água seja consumida pela população e esteja de acordo com as exigências do Ministério da Saúde.
Trata-se da portaria 2.914, elaborada em 2011, e que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e o seu padrão de potabilidade. Essa portaria define parâmetros para uma série de características físico-químicas e biológicas da água, como a turbidez, os teores máximos de determinados metais, os teores máximos e mínimos de cloro, entre outras propriedades.
Além da eficiência no tratamento, o produto também é vantajoso por conta do custo-benefício. Vou exemplificar: 3 mil quilos de gás cloro podem tratar a água de uma cidade com 6 milhões de habitantes durante um dia ou a água de uma cidade com 200 mil habitantes durante um mês. Para realizar o mesmo tratamento com outros produtos, seriam necessários 4,6 mil quilos de hipoclorito de cálcio, 5 mil quilos de dicloro ou mais de 25 mil quilos de hipoclorito de sódio - esses cálculos são baseados no consumo médio per capita de 165 litros ao dia, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e o Estudo Trata Brasil “Perdas de Água: Desafios ao Avanço do Saneamento Básico e à Escassez Hídrica – 2015”.
Ao investir no gás cloro, no entanto, os governos e as empresas devem avaliar se o fornecedor disponibiliza uma equipe capacitada para oferecer todo o suporte e assistência técnica necessária. Além disso, é imprescindível que tenha os processos de envase, armazenagem e transporte dentro das normas que garantem a segurança e a qualidade, conforme a NBR 13295.