Luiz Muniz, diretor-fundador da Telos Resultados, ex-sócio da Falconi Consultoria e consultor de empresas há mais de 15 anos
A resposta para o título acima é: tudo. Principalmente se entendermos, de forma bem simples, que o termo “cidade inteligente” contempla um conjunto de tecnologias integradas para fornecer ao cidadão os meios para que sua vida se torne mais segura, rápida e barata. Aliás, a tecnologia ganha papel cada vez mais importante nesse contexto, porque otimiza o tempo para execução de tarefas e integra informações para a definição das ações necessárias. Tecnologia é fundamental para que as coisas aconteçam melhor.
Entretanto, diferentemente do que o senso comum crê, a tecnologia por si só não resolve os problemas. Ela seria como um carro de alta performance, mas que se não houver um destino claro, nem um motorista, não serve de nada. O grande segredo para a tecnologia ser um acelerador para o sucesso, garantindo a execução das boas práticas de compliance está na capacidade da organização realizar as coisas na ordem certa.
Em primeiro lugar, antes de mais nada, é necessário definir as metas a serem alcançadas e elas precisam ser definidas. E aí entra o diferencial das organizações de sucesso: gestão para resultados. Ela garante que os recursos para alcançar um determinado patamar de desempenho sejam providenciados e organizados, desde recursos humanos, financeiros e até tecnológicos.
É necessário deixar muito claro o que vem a ser “fazer as coisas melhores”, relacionando um objetivo mais um valor, mais um prazo. Não basta definir “aumentar vendas”, “aumentar lucro” e “reduzir gastos”. Tem de ser definido também que o aumento de vendas será de 10% em 12 meses, por exemplo. Isso é meta. Ela define o foco das ações a serem tomadas, determinando quais são as melhores tecnologias necessárias para alcançar esses resultados.
A tecnologia traz ferramentas ilimitadas para auxiliar o time gerencial e operacional a realizar as análises necessárias e a tomar as decisões mais assertivas, mas desde que seja direcionada antes. Não adianta de nada ter ferramenta tecnológica se uma meta não for definida antes. É perda de tempo e dinheiro.
A gestão para resultados traz capacidade de colocar em prática as decisões tomadas. Em um estudo recente realizado pela Universidade de Harvard, duas a cada três empresas não conseguem transformar suas estratégias em resultados, justamente pela ineficiência das equipes em executar as ações planejadas.
Ações são executadas por pessoas. Até mesmo ações automatizadas, tiveram de ser desenvolvidas em algum momento por pessoas. Por mais tecnologia de ponta que as organizações tenham, se o protocolo de gestão de resultados não for seguido, os ganhos serão apenas marginais.
O protocolo de gestão prevê que todo problema tenha um responsável claramente definido, que terá a missão de conduzir uma equipe previamente formada por aqueles que tem conhecimento técnico sobre o assunto, na definição das análises (com uso de tecnologia) e das ações para solução do caso, incluindo responsáveis e prazos e, principalmente, na gestão do plano de ação e dos resultados periodicamente.
Melhores índices de eficiência somente acontecem com a prática da gestão de resultados. Não há outro meio, mas são acelerados pela tecnologia desde que inserida dentro desse contexto.